Scholarly article on topic 'Association between maternal socioeconomic factors and nutritional outcomes in children under 5 years of age'

Association between maternal socioeconomic factors and nutritional outcomes in children under 5 years of age Academic research paper on "Educational sciences"

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OECD Field of science
Keywords
{Stature / Overweight / "Socioeconomic factors" / Child / "Epidemiological surveys" / Brazil / Estatura / Sobrepeso / "Fatores socioeconômicos" / Criança / "Inquéritos epidemiológicos" / Brasil}

Abstract of research paper on Educational sciences, author of scientific article — Tatiane Géa‐Horta, Mariana Santos Felisbino‐Mendes, Renzo Joel Flores Ortiz, Gustavo Velasquez‐Melendez

Abstract Objective To estimate the association between maternal socioeconomic factors and the occurrence of nutritional outcomes in children under five years of age in a representative sample of the Brazilian population. Methods This was a cross‐sectional study that evaluated data from the latest National Survey of Children and Women's Demographics and Health, carried out in Brazil in 2006–2007. Maternal employment and maternal level of schooling were the main exposures. The following nutritional outcomes in children were considered: height/age <−2 standard deviations (SD) for short stature and BMI/age >2SD for overweight. Generalized estimating equations (GEE) were utilized as the regression method. Results After adjustments, it was observed that children whose mothers had low level of schooling had a higher chance of having short stature (OR=3.97, 95% CI, 1.23–12.80) and children whose mothers worked outside the home were more likely to have excess weight (OR=1.57, 95% CI, 1.02–2.42). Maternal employment was not associated with short stature in children (OR=1.09, 95% CI, 0.67–1.77). Conclusion Maternal level of schooling was associated with short stature in children and maternal employment with overweight, indicating the need to take into account the socioeconomic factors when proposing programs and strategies aimed at health and nutrition improvement of children, considering inter‐sectoral interventions. Resumo Objetivo Estimar a associação entre fatores socioeconômicos maternos e a ocorrência de desfechos nutricionais nas crianças menores de cinco anos em uma amostra representativa da população brasileira. Métodos Trata‐se de um estudo transversal que avaliou dados da última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, feita no Brasil em 2006‐2007. Trabalho materno e escolaridade materna foram as exposições principais. Considerou os seguintes desfechos nutricionais nas crianças: estatura/idade <−2 desvios padrão (DP) para baixa estatura e IMC/idade >2DP para excesso de peso. Usou‐se o método regressão de equações de estimação generalizadas (GEE). Resultados Após ajustes, observou‐se que crianças cujas mães tinham baixa escolaridade tiveram maiores chances de baixa estatura (OR=3,97; IC 95% 1,23‐12,80) e crianças cujas mães trabalhavam fora de casa apresentaram maior chance de excesso de peso (OR=1,57; IC 95% 1,02‐2,42). O trabalho materno não se associou a baixa estatura em crianças (OR=1,09; IC 95% 0,67‐1,77). Conclusão Escolaridade materna associou‐se à baixa estatura nas crianças e trabalho materno ao excesso de peso, indicou a necessidade de se levarem em conta os fatores socioeconômicos na proposta de programas e estratégias de melhorias da saúde e nutrição das crianças, tendo em vista intervenções intersetoriais.

Academic research paper on topic "Association between maternal socioeconomic factors and nutritional outcomes in children under 5 years of age"

J Pediatr (Rio J). 2016;92(6):574-580

Jornal de

Pediatría

www.jped.com.br

CrossMark

ARTIGO ORIGINAL

Association between maternal socioeconomic factors and nutritional outcomes in children under 5 years of age*'**

Tatiane Gea-Horta, Mariana Santos Felisbino-Mendes, Renzo Joel Flores Ortiz e Gustavo Velasquez-Melendez*

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Escola de Enfermagem, Belo Horizonte, MG, Brasil Recebido em 18 de dezembro de 2015; aceito em 17 de fevereiro de 2016

KEYWORDS

Stature;

Overweight;

Socioeconomic

factors;

Child;

Epidemiological

surveys;

Brazil

Abstract

Objective: To estimate the association between maternal socioeconomic factors and the occurrence of nutritional outcomes in children under five years of age in a representative sample of the Brazilian population.

Methods: This was a cross-sectional study that evaluated data from the latest National Survey of Children and Women's Demographics and Health, carried out in Brazil in 2006-2007. Maternal employment and maternal level of schooling were the main exposures. The following nutritional outcomes in children were considered: height/age <-2 standard deviations (SD) for short stature and BMI/age >2SD for overweight. Generalized estimating equations (GEE) were utilized as the regression method.

Results: After adjustments, it was observed that children whose mothers had low level of schooling had a higher chance of having short stature (OR = 3.97, 95% CI, 1.23-12.80) and children whose mothers worked outside the home were more likely to have excess weight (OR = 1.57, 95% CI, 1.02-2.42). Maternal employment was not associated with short stature in children (OR= 1.09, 95% CI, 0.67-1.77).

Conclusion: Maternal level of schooling was associated with short stature in children and maternal employment with overweight, indicating the need to take into account the socioeconomic

DOI se refere ao artigo: http://dx.doi.Org/10.1016/j.jped.2016.02.010

* Como citar este artigo: Géa-Horta T, Felisbino-Mendes MS, Ortiz RJ, Velasquez-Melendez G. Association between maternal socioeconomic factors and nutritional outcomes in children under 5 years of age. J Pediatr (Rio J). 2016;92:574-80.

** Trabalho desenvolvido no Departamento Materno Infantil e Saude Pública, Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

* Autor para correspondencia.

E-mail: guveme@ufmg.br (G. Velasquez-Melendez).

2255-5536/© 2016 Publicado por Elsevier Editora Ltda. em nome de Sociedade Brasileira de Pediatria. Este é um artigo Open Access sob uma licenca CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

factors when proposing programs and strategies aimed at health and nutrition improvement of children, considering inter-sectoral interventions.

© 2016 Published by Elsevier Editora Ltda. on behalf of Sociedade Brasileira de Pediatria. This is an open access article under the CC BY-NC-ND license (http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

Associaçâo entre fatores socioeconómicos maternos e desfechos nutricionais em criancas menores de 5 anos

Resumo

Objetivo: Estimar a associaçâo entre fatores socioeconómicos maternos e a ocorrência de desfechos nutricionais nas criancas menores de cinco anos em uma amostra representativa da populacâo brasileira.

Métodos: Trata-se de um estudo transversal que avaliou dados da última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Crianca e da Mulher, feita no Brasil em 2006-2007. Trabalho materno e escolaridade materna foram as exposicoes principais. Considerou os seguintes desfechos nutricionais nas criancas: estatura/idade <-2 desvios padrâo (DP) para baixa estatura e IMC/idade >2DP para excesso de peso. Usou-se o método regressâo de equacoes de estimacâo generalizadas (GEE).

Resultados: Após ajustes, observou-se que criancas cujas mâes tinham baixa escolaridade tive-ram maiores chances de baixa estatura (OR = 3,97; IC 95% 1,23-12,80) e criancas cujas mâes trabalhavam fora de casa apresentaram maior chance de excesso de peso (OR=1,57; IC 95% 1,02-2,42). O trabalho materno nâo se associou a baixa estatura em criancas (OR= 1,09; IC 95% 0,67-1,77).

Conclusâo: Escolaridade materna associou-se à baixa estatura nas criancas e trabalho materno ao excesso de peso, indicou a necessidade de se levarem em conta os fatores socioeconómicos na proposta de programas e estratégias de melhorias da saúde e nutricâo das crianças, tendo em vista intervencoes intersetoriais.

© 2016 Publicado por Elsevier Editora Ltda. em nome de Sociedade Brasileira de Pediatria. Este é um artigo Open Access sob uma licenca CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

PALAVRAS-CHAVE

Estatura;

Sobrepeso;

Fatores

socioeconómicos;

Criança;

Inquéritos

epidemiológicos;

Brasil

Introdujo

O aumento da prevalencia de excesso de peso na infancia constitui um problema mundial de saúde pública, fenómeno recente que tem ocorrido nas últimas tres décadas e que pode afetar a saúde das criancas em curto e longo prazo.1,2 Em 2010, o número de criancas com sobrepeso, em todo o mundo, foi de 42 milhoes e cresceu em torno de 10 a 40% na maioria dos países em desenvolvimento nos últimos 10 anos, mais prevalente na faixa entre cinco e seis anos.3 Inquérito de base populacional feito no Brasil estimou que 7,3% das criancas menores de cinco anos estavam acima do peso, com maior prevalencia na Regiáo Sul (9,7%).4

Do outro lado, o déficit de estatura é também um problema de saúde pública no Brasil5 e na maioria dos países em desenvolvimento, frequentemente associado á morbi-mortalidade infantil.6"8 No Brasil, observou-se significativa reducao da sua prevalencia e foi atribuida a melhores condicoes de saneamento básico, aumento da escolaridade materna, maior acesso aos sistemas de saúde e aos bens de consumo e á queda da fecundidade.9

Dentre os fatores conjuntamente atribuidos ao déficit nutricional em longo prazo e ao excesso de peso infantil pode-se citar o ganho de peso no período gestacional, a alimentacao inadequada da crianca, mae solteira, sobrepeso dos pais, peso pré-gestacional, sedentarismo, ausencia de

amamentacao e a maior insercáo da mulher no mercado de trabalho.38"10

O trabalho materno repercute na relacáo máe-filho e na dinámica familiar, pois dificulta conciliar tempo para as tare-fas domésticas, trabalho externo e cuidado com os filhos.11 Em países de média e baixa renda, a crise económica pressi-ona maior participacáo da mulher no mercado de trabalho, como fonte de renda complementar da familia. Além disso, os baixos investimentos sociais e a carencia de infraestru-tura para o cuidado infantil nesses países sobrecarregam as mulheres, que se responsabilizam pelas atividades domésticas e económicas da familia. Tal situacáo pode reverter em prejuízo para a crianca, como menor contato com a máe e crescimento e desenvolvimento prejudicados.12

A relacáo entre o trabalho materno e excesso de peso infantil foi observada, principalmente, em populacoes de países desenvolvidos. Estudos evidenciaram que o trabalho materno está associado a um maior risco de ganho de peso nos filhos.2,13,14 Por outro lado, a relacáo do traba-lho materno com o déficit nutricional em longo prazo foi demonstrada em populacoes do sul da Ásia e África.15,16

Além do trabalho materno, a escolaridade materna é um dos principais fatores que podem influenciar o crescimento e o desenvolvimento da crianca.17,18 Por exemplo, estudo de base populacional em crianccas brasileiras menores de cinco anos constatou maiores prevalencias de excesso de peso á

medida que há um aumento no número de anos de estudo de suas respectivas maes.19

Apesar de diferentes estudos comprovarem a associacao entre fatores socioeconómicos e desfechos nutricionais em criancas, foram feitos em grupos populacionais restritos e com pouca representatividade populacional e tem limitada validade externa. Portanto, este estudo tem como objetivo estimar a associacao entre fatores socioeconómicos maternos (trabalho materno e escolaridade materna) e a ocorrencia de desfechos nutricionais (baixa estatura e excesso de peso) em crianccas menores de cinco anos de uma amostra representativa da populacao brasileira.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal, feito a partir de dados da última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Crianca e da Mulher (PNDS), feita entre 2006 e 2007 no Brasil. Inquérito de ámbito nacional, por amostragem probabilística complexa, que teve como objetivo central caracterizar a populaccao feminina em idade fértil e as crianccas menores de cinco anos, segundo fatores demográficos, socioeconómicos e culturais.6 Maiores informacoes sobre o plano de amostragem detalhado e informacoes de coleta de dados podem ser obtidas no relatório da PNDS.5 A forma como as bases de dados das maes e dos filhos foram relacionadas e editadas foi descrita em detalhes anteriormente.20 As medidas antropométricas das maes e das criancas foram feitas de acordo com procedimentos padronizados internacionalmente.21

Para fins deste estudo, foram selecionadas mulheres que tiveram resposta válida para as perguntas que abordavam o trabalho materno e a escolaridade materna, maes com filhos nascidos vivos a partir de 2001, que estavam vivos até a data da entrevista, viviam com suas maes, eram menores de cinco anos e apresentavam dados plausíveis de escores z dos índices antropométricos. Portanto, da amostra dispo-nível (n = 6.724) foram excluidas as mulheres que relataram gravidezes malsucedidas a partir de 2001 (casos de abortos e mortes fetais) (n = 594), mulheres cujos filhos eram maiores de cinco anos (n = 1.081), criancas que faleceram (n = 114), que nao moravam com as maes na data da entrevista (n = 178), com valores de escore z abaixo e acima dos padroes (< -5 e > 5) para os índices antropométricos (n = 68), criancas com dados antropométricos faltantes (n = 7) e maes com respostas inválidas para a variável ''trabalha além das atividades domésticas'' (n = 2) e escolaridade materna (n = 23). No total, foram 4.356 mulheres com seus respectivos filhos menores de cinco anos. Cabe ressaltar que alguns indivíduos nao apresentaram dados completos para todas as demais variáveis usadas nas análises.

Os desfechos nutricionais de interesse do estudo foram: (a) baixa estatura, medida pelo escore z do indicador estatura/idade (Elz), e (b) excesso de peso, medido pelo escore z do indicador índice de massa corporal/idade (IMCz). Considerou-se baixa estatura quando o índice Elz era menor do que -2 escores z22 e excesso de peso quando o índice IMCz era maior do que 2 escores z.22 Esses escores z foram calculados com as curvas de referencia padronizadas da Organizacao Mundial da Saúde.22

O trabalho materno remunerado e a escolaridade materna foram definidos como as exposiccoes principais de

interesse para este estudo e caracterizadas da seguinte forma: trabalho materno (categorizado em zero, se a mae nao trabalhava além das atividades domésticas, e em 1, se a mae trabalhava além das atividades domésticas) e escolaridade materna (categorizada em 0-8; 9-11; 12 ou mais anos de estudo).

Para identificar variáveis potencialmente de confusao foram usados dois critérios: o teórico, baseado na literatura, na qual este estudo se apoia, e o estatístico. Portanto, para ser inclusa no modelo, essas variáveis deveriam apresentar uma associaccao tanto no desfecho quanto na exposiccao principal em um nível de significancia de 0,20 (p < 0,20),23 como a idade materna (categorizada em 15-19, 20-29; 30-39; 40-49 anos), estado civil (casada, solteira, viúva/ divorciada), amamentacao (a mae amamentou o filho? sim ou nao), área de residencia (urbana ou rural), número de filhos (1; 2 ou > 3), IMC materno (categorizadas em eutróficas, desnutridas, sobrepeso e obesidade) e a regiao de residencia (categorizada em sudeste, sul, norte, nordeste e centro-oeste).

Na análise de dados foi feita, primeiramente, uma análise descritiva, em que foram calculadas frequencias absolutas e relativas das variáveis do estudo. Em seguida, para se examinar a associaccao entre as exposiccoes de interesse e os desfechos nutricionais, foi usado o método de análise de regressao de equacoes de estimacao generalizadas (GEE), que considera a potencial correlaccao entre as observaccoes de criancas de mesma mae.24

Foram estimados modelos multivariados para cada desfecho, que incluíram as exposiccoes de interesse e variáveis confundidoras. Para os modelos GEE, usaram-se a distribuiccao dos erros do tipo binomial, a funccao de ligaccao logit e a matriz de correlaccao de trabalho uniforme que indica uma estrutura de correlaccao igual entre as observaccoes de crianccas de mesma mae, considera o peso amostral da PNDS. Em cada modelo foram calculados os odds ratios e os erros padroes, usados para a construcao dos intervalos de 95% de confianca e nível de significancia menor do que 5% (p<0,05). Os dados foram processados e analisados com auxílio do programa Statistical Software for Professionals (SPSS para Windows, versao 12.1,SPSS Inc, Stata Corp, EUA).

Em relacao aos aspectos éticos, a PNDS (2006-2007) rece-beu a aprovacao do Conselho de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro de Referencia e Treinamento DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (SP). Todas as pessoas que aceitaram participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Resultados

Na populaçâo estudada, a média ± erro padrâo (EP) de idade das criancas foi de 2 anos (±0,03) e 52% (n = 2.244) eram meninos. A média de idade das mâes foi de 27 anos (±0,21). Além disso, 85,0% das mâes eram casadas ou viviam em uniâo estável, 40% declararam trabalhar além das atividades domésticas e apresentaram média de IMC de 25kg/m2 (±0,15) e 8 anos (±0,12) de escolaridade. Em relacâo aos desfechos nutricionais, a média geral dos indicadores estatura/idade (EIz) e IMC/idade (IMCz), em escores z,

foi - 0,31 (± 0,04) e 0,45 (± 0,03), respectivamente (dados nao mostrados).

A tabela 1 descreve as proporccoes de excesso de peso e baixa estatura em crianccas menores de cinco anos de acordo com as exposicoes de interesse e covariáveis, odds ratio nao ajustado e IC 95% da análise nao ajustada. Observou-se que a prevalencia de excesso de peso variou entre 1,2% e 14,3%, foi menor no grupo de maes consideradas magras e maior nas crianccas cujas maes nao amamentaram. A prevalencia de baixa estatura variou entre 1,8% e 15%, foi menor entre filhos de maes com alta escolaridade e maior nas crianccas que residiam na Regiao Nordeste (tabela 1).

As associaccoes das análises nao ajustadas observadas com o excesso de peso foram em filhos de maes que trabalhavam (OR = 1,63; IC95% 1,13-2,37) e amamentaram (OR = 2,25; IC 95% 1,12-4,53). As associacoes com a baixa estatura foram em crianccas cujas maes tinham média e baixa escolaridade (9-11 anos: OR = 3,41; IC 95% 1,01-11,55; 0-8 anos: OR = 5,50; IC 95% 1,69-17,87), que residiam na Regiao Nordeste (OR = 2,81; IC 95% 1,58-5,00) e que tinham mais de dois filhos (OR = 1,99; IC 95% 1,21-2,28) (tabela 1).

Em relacao aos modelos multivariados, observou-se associaccao estatisticamente significativa entre trabalho materno e excesso de peso das criancas, após ajustes por idade materna, número de filhos, amamentacao e IMC da mae (OR=1,56; IC 95% 1,01-2,41). Essa associacao perma-neceu significativa após a inclusao da variável escolaridade materna no modelo (OR = 1,57; IC 95% 1,02-2,42) (tabela 2). Nao foi observada associaccao estatisticamente significante entre escolaridade materna e excesso de peso infantil.

Em relaccao ao segundo desfecho do estado nutricional, nao se observou associaccao estatisticamente significante entre trabalho materno e baixa estatura (OR = 1,09; IC 95% 0,67-1,77), mesmo após ajustes (tabela 2). Por outro lado, observou-se associaccao entre baixa escolaridade materna e déficit estatural, ajustada por idade materna, regiao de residencia e número de filhos (OR = 3,86; IC 95% 1,20-12,39). Quando incluído o trabalho materno como potencial confundidor, a associaccao entre escolaridade materna e déficit estatural permaneceu significativa (OR = 3,97; IC 95% 1,2312,80).

Discussao

No presente estudo, nao foi observada associaccao entre trabalho materno e baixa estatura nas crianccas, resultado contrário ao de uma pesquisa feita em uma comunidade brasileira de alta vulnerabilidade social,25 que confirmou o efeito protetor do trabalho materno sobre o déficit nutrici-onal em longo prazo. Sabe-se ainda que o trabalho materno pode influenciar positivamente o crescimento da crianca por meio do aumento da renda, proporcionar melhorias na aquisiccao de alimentos saudáveis, bens materiais, acesso aos serviccos de saneamento básico e saúde, importantes fatores para o crescimento adequado da crianca.11 Entretanto, o trabalho materno se associou ao excesso de peso nas criancas, corroborou achados de pesquisas prévias que tam-bém constataram que maes que trabalhavam fora de casa aumentaram a probabilidade de ganho de peso nos filhos13,26 e que o número de horas trabalhadas pela mae, variável

nao contemplada no presente estudo, foi associada a maior chance de excesso de peso nas crianccas.2

Diversos mecanismos poderiam explicar a influencia do trabalho materno no ganho de peso nas criancas. Maes que trabalham fora de casa tem menos tempo para se dedicar aos filhos, no preparo das refeiccoes, optam pelos alimentos industrializados, de rápido preparo, que tem alto valor calórico, e consumo baixo de alimentos saudáveis.11 Outra possível explicaccao seria a de que maes que trabalham fora de casa passam menos tempo em atividades de lazer com seus filhos do que aquelas que nao trabalham. Assim, o menor gasto energético aumenta o risco de excesso de peso.13 Ainda deve-se considerar que o retorno ao trabalho, logo após o nascimento do filho, também pode ser uma bar-reira para a manutenccao do aleitamento materno, levar ao desmame precoce e á consequente introduccao de alimentos com inadequada qualidade e quantidade e contribuir para o ganho de peso logo no primeiro ano de vida.13

No presente estudo foi mostrado que crianccas de maes com baixa escolaridade (0 a 8 anos de estudo) apresentaram maiores chances de déficit de estatura, corroborou outra pesquisa com representatividade nacional e controlada por importantes fatores de confusao6 e um estudo feito em países desenvolvidos.17 Em Bangladesh, a alta escolaridade materna também foi associada com o crescimento favorá-vel das criancas.18 Maes com maior nível de escolaridade estao, em sua maioria, inseridas no mercado de trabalho, melhoram as condiccoes socioeconómicas da família, o que pode levar a mudancca no padrao alimentar da criancca, maior acesso aos alimentos saudáveis, ricos em nutrientes e vitaminas, ao contrário das mulheres com baixa escolaridade, que nao dispoem de recursos financeiros suficientes para a compra desses alimentos e de informaccoes necessárias para o cuidado adequado á crianca.11

No presente estudo nao se evidenciou associaccao significativa entre escolaridade materna e excesso de peso, apesar de alguns estudos terem apontado que maior escola-ridade materna contribui positivamente para a escolha dos alimentos saudáveis para os filhos, por conferir ao respon-sáveis a habilidade de assimilar mensagens de programas de educaccao nutricional e de compreender a importán-cia da alimentaccao como forma de promoccao da saúde, o que levaria á reduccao do risco de excesso de peso nesse grupo etário.27 Além disso, maes com maior escolaridade, na maioria das vezes, passam maior tempo fora de casa, contribuem para que as crianccas passem a maior parte de seu tempo em frente á televisao, videogames e computadores, o que colabora para o ganho de peso.28 É de grande importáncia entender que tal prejuízo é agravado pela influencia das propagandas alimentícias de alto teor calórico e da produccao de imagens e formas que chamam a atenccao para o consumo de determinados alimentos que nao trazem benefícios á saúde.29 Outro fator que pode influenciar na obesidade infantil é a segurancca da vizinhancca, uma vez que já foi demonstrada associaccao entre violencia e obesidade infantil, pois o medo e a exposicao dos filhos a ambientes inseguros também contribui para o padrao de sedentarismo deles.30

Como limitaccoes do presente estudo, ressalta-se que os modelos nao foram ajustados por potenciais variáveis de confusao usadas em estudos internacionais como a ocupaccao paterna, atividade física dos filhos, horas de sono e de

Tabela 1 Proporc6es de excesso de peso e baixa estatura em criancas menores de cinco anos de acordo com as exposic6es de interesse e covariáveis, odds ratio (OR) nâo ajustado e IC 95%, Brasil, PNDS (2006-2007)

Desfechos nutricionais

Características Excesso de pesoa Baixa estaturab

Nâo Sim Nâo Sim

n % n % p ORc IC 95%c n % n % P ORc IC 95%c

Trabalho materno 0,011 0,563

Nao 2.420 94,2 181 5,8 - - 2.344 92,7 257 7,3 - -

Sim 1.598 90,8 155 9,2 1,63 1,13-2,37 1.633 93,6 120 6,4 0,90 0,58-1,41

Escolaridade materna (anos) 0,808 0,004

>12 228 91,6 21 8,4 - - 242 98,2 07 1,8 - -

9-11 1.794 92,7 161 7,3 0,87 0,45-1,66 1.844 94,3 111 5,7 3,41 1,01-11,55

0-8 1.974 93,2 153 6,8 0,80 0,42-1,54 1.870 90,7 257 9,3 5,50 1,69-17,87

Idade materna (anos) 0,623 0,083

20-29 2.322 93,6 190 6,4 - - 2.299 92,9 213 7,1 -

30-39 1.159 91,8 103 8,2 1,29 0,87-1,93 1.156 95,1 106 4,9 0,69 0,45-1,07

40-49 197 91,9 18 8,1 1,28 0,64 -2,57 197 93,9 18 6,1 0,84 0,38-1,87

15-19 342 91,9 25 8,1 1,30 0,58 -2,92 327 88,7 40 11,3 1,73 0,79-3,81

Área de residencia 0,455 0,707

Urbana 2.628 92,6 223 7,4 - - 2.628 93,2 223 6,8 - -

Rural 1.392 93,7 113 6,3 0,85 0,58-1,23 1.351 92,6 154 7,4 1,06 0,72-1,56

Estado civil 0,847 0,595

Casada ou em uniao 3.432 92,7 281 7,3 - - 3.391 93,0 322 7,0 - -

Solteira 218 94,4 20 5,6 0,76 0,28 -2,07 218 91,0 20 9,0 1,40 0,44-4,42

Viúva/Separada 369 93,1 34 6,9 0,94 0,45-1,95 368 94,7 35 5,3 0,73 0,42-1,26

IMC materno 0,031 0,154

Normal (18,5-24,99 kg/m2) 2.189 92,6 158 7,4 - - 2.121 92,4 226 7,6 - -

Desnutrido (< 18,5kg/m2) 171 98,8 06 1,2 0,15 0,05 -0,48 158 86,9 19 13,1 1,89 0,59 -6,02

Sobrepeso (25-29,99kg/m2) 1.080 93,6 102 6,4 0,85 0,56-1,31 1.102 94,9 80 5,1 0,67 0,42-1,07

Obesidade (>30,00kg/m2) 580 90,4 70 9,6 1,32 0,82-2,11 598 93,9 52 6,1 0,81 0,45-1,45

Regiao de residencia 0,319 0,001

Sudeste 770 92,2 80 7,8 - - 801 94,3 49 5,7 - -

Sul 723 90,9 76 9,1 1,20 0,74-1,94 727 91,4 72 8,6 1,53 0,82 -2,83

Nordeste 924 94,0 52 6,0 0,75 0,47-1,21 829 85,0 147 15,0 2,81 1,58-5,00

Norte 812 93,9 59 6,1 0,76 0,46-1,25 812 94,6 59 5,4 0,91 0,49-1,70

Centro-Oeste 791 93,5 69 6,5 0,83 0,50-1,38 810 94,7 50 5,3 0,89 0,46-1,71

Amamentacáo 0,020 0,599

Sim 3.901 93,1 320 6,9 - - 3.858 93,0 363 7,0 - -

Nao 116 85,7 16 14,3 2,25 1,12-4,53 118 94,3 14 5,7 0,74 0,30-1,82

Número de filhos 0,097 0,017

1 2.812 92,8 243 7,2 - - 2.850 94,0 205 6,0 - -

2 817 91,6 77 8,4 1,18 0,74-1,87 794 91,0 100 9,0 1,50 0,92-2,44

>3 391 97,0 16 3,0 0,39 0,17-0,88 335 88,4 72 11,6 1,99 1,21-2,28

a Índice de massa corporal em escores z> 2 desvios padrâo.

b Estatura por idade em escores z< - 2 desvios padrâo.

c OR: odds ratio e IC: intervalo de 95% de confianca da análise nâo ajustada.

Tabela 2 Odds ratios ajustados e IC 95% para excesso de peso e baixa estatura das chancas de acordo com as exposicóes de interesse - Brasil, PNDS (2006-2007)

Excesso de pesoa Baixa estaturab

Exposicóes de interesse OR (IC 95%) OR (IC 95%) OR (IC 95%) OR (IC 95%)

Trabalho materno

Nao - - - -

Sim 1,56 (1,01-2,41)c 1,57 (1,02-2,42)d 1,02 (0,63-1,66)f 1,09 (0,67-1,77)g

Escolaridade materna (anos)

>12 - - - -

9-11 0,90 (0,47-1,74)c 1,00 (0,52-1,94)e 2,62 (0,79-8,62)f 2,68 (0,80-8,97)h

0-8 0,89 (0,46-1,74)c 1,02 (0,53-1,97)e 3,86 (1,20-12,39)f 3,97 (1,23-12,80)

IC 95%, intervalo de 95% de confianca; OR, odds ratio. a Índice de massa corporal em escores z> 2 desvíos padrao. b Estatura por idade em escores z < - 2 desvios padrao.

c Modelo ajustado por idade materna, regiao de residencia, número de filhos, amamentacao e IMC materno. d Modelo ajustado por idade materna, regiao de residencia, número de filhos, amamentacao, IMC materno e escolaridade materna. e Modelo ajustado por idade materna, regiao de residencia, número de filhos, amamentacao, IMC materno e trabalho materno. f Modelo ajustado por idade materna, regiao de residencia, número de filhos. g Modelo ajustado por idade materna, regiao de residencia, número de filhos e escolaridade materna. h Modelo ajustado por idade materna, regiao de residencia, número de filhos e trabalho materno.

televisao assistida pela crianca, uma vez que essas informacóes nao foram obtidas pela PNDS (2006-2007). Nao usamos os dados de peso ao nascer das crianccas, renda familiar e tempo de amamentaccao, importantes preditores para excesso de peso e baixa estatura na faixa etária das chancas estudadas, devido ao relativo alto número de dados faltan-tes.

Por outro lado, cabe ressaltar que inquéritos, como a PNDS, seguem procedimentos padronizados, com amostra representativa da populacao. Além disso, os achados encontrados sao consistentes, pois, em geral, corroboram os de outros estudos similares e foram analisados por meio de métodos estatísticos apropriados. Também devem-se ressaltar alguns aspectos metodológicos que podem ser interpretados como vantagens do presente estudo. A potencial violaccao de independencia das observaccóes, por causa da estrutura de correlaccao decorrente de crianccas da mesma família, foi corrigida, uma vez que foi usado método de aná-lise de regressao de equaccóes de estimaccao generalizadas (GEE), mais conservador, que incorpora o potencial cluster domiciliar. Também é importante ressaltar que o estudo foi controlado por possíveis variáveis confundidoras nos modelos GEE para examinar a relacao entre desfechos nutricionais e as exposicóes de interesse.

Pode-se concluir que a escolaridade materna associou--se á baixa estatura nas chancas e trabalho materno ao excesso de peso, o que indica a necessidade de se levarem em conta os fatores socioeconómicos na proposta de programas e estratégias de melhorias da saúde e nutricao das chancas, tendo em vista intervencóes intersetoriais.

Além disso, entende-se a importancia epidemiológica desses achados que demonstra a situacao do processo de transicao nutricional que tem ocorrido nas últimas décadas, com mudancas concomitantes nos perfis demográficos e de morbimortalidade, que tem se intensificado nos países pobres e em desenvolvimento.

Sao necessárias atividades de prevenccao e monito-ramento nutricional e da atuaccao efetiva da escola

juntamente com a saúde, na implantacao de intervencóes eficazes para a prevencao da obesidade e desnutricao infantil. Além disso, as políticas públicas sao fundamentais para a garantia do direito humano á alimentacao adequada. Por-tanto, o projeto, o planejamento, a implantacao e a gestao dessas políticas devem se apoiar na busca da transformacao do problema social desses agravos.

Financiamento

A PNDS 2006/07 foi financiada pelo Ministério da Saúde e executada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Os autores receberam financiamento da Fundacao de Amparo á Pesquisa de Minas Gerais (Fape-mig) (APQ-00707-14) e TGH agradece á Coordenacao de Aperfeicoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pela bolsa de doutorado.

Conflitos de interesse

Os autores declaram nao haver conflitos de interesse. Bibliografía

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