ARTICLE IN PRESS
rev bras reumatol. 2016;xxx(xx):xxx-xxx
REVISTA BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA
www.reumatologia.com.br
Artigo original
Sensibilidade e especificidade dos instrumentos de avaliacäo da qualidade de vida na artrite reumatoide
Silvana Almeida Ribasa, Sélena Dubois Mendesa, Laís Bittencourt Piresa, Rafaela Brito Viegasa, Israel Souzab, Mauricio Barretoa, Martha Castroa, Abrahao Fontes Baptistac e Katia Nunes Sáa'*
a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, Brasil
b Instituto Federal de Educacao, Ciencia e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil c Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil
informaçoes sobre o artigo
resumo
Histórico do artigo: Recebido em 28 de julho de 2015 Aceito em 6 de fevereiro de 2016 On-line em xxx
Palavras-chave: Artrite reumatoide Acurácia Questionários Qualidade de vida Avaliacäo
Objetiuo:Verificar a sensibilidade e a especificidade dos instrumentos de avaliaçao da qualidade de vida em pacientes com artrite reumatoide (AR).
MetodoIogia:Estudo de acurácia em uma amostra de pacientes com diagnóstico confirmado de AR. Aplicaram-se os questionários de QV SF-36 (padrao ouro), HAQ e NHP. Usaram-se o coeficiente de correlacao de Pearson, a curva ROC, a ASC e o índice de Youden (J) para analisar os dados.
ResuItados:Este estudo envolveu 97 individuos com AR. A capacidade funcional estimada pelo SF-36 esteve correlacionada com a pontuacao total do HAQ (r= -0,666; p< 0,001; J = 0,579), enquanto o aspecto emocional do SF-36 esteve correlacionado com o dominio reacao emocional do NHP (r= -0,316; p = 0,005; J = 0,341). O dominio vitalidade do SF-36 esteve correlacionado com o nivel de energia do NHP (r= -0,362; p = 0,001; J = 0,302). Para a avaliacao da capacidade funcional (ASC = 0,839; p< 0,001) e aspecto físico (ASC = 0,755; p< 0,001), o instrumento mais preciso foi o HAQ. Para a avaliacao do impacto da vitalidade, do sono (ASC = 0,679; p = 0,007), da reacao emocional (ASC = 0,674; p = 0,009) e do nivel de energia na QV, o NHP (ASC = 0,633; p = 0,045) foi o instrumento mais especifico e sensi-vel. Na avaliacao do dominio aspecto emocional, o instrumento mais preciso foi o NHP no dominio reacao emocional (ASC = 0,699; p = 0,003). A avaliacao da dor foi limitada nos três instrumentos e o SF-36 foi o único a avaliar os dominios aspecto social e estado geral de Saúde.
ConcIusao:Para a avaliacao do aspecto físico em pacientes com AR, o HAQ é o instrumento mais preciso. Para a avaliacao do aspecto emocional, o NHP é o mais indicado, embora o SF-36 seja o único a avaliar dominios gerais. © 2016 Elsevier Editora Ltda. Este é um artigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-ND
(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
* Autor para correspondencia. E-mail: katia.sa@gmail.com (K.N. Sá). http://dx.doi.Org/10.1016/j.rbr.2016.02.003
0482-5004/© 2016 Elsevier Editora Ltda. Este é um artigo Open Access sob a licen^a de CC BY-NC-ND (http://creativecommons.Org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
ARTICLE IN PRESS
RBR-291; No. of Pages 8
rev bras reumatol. 2016;xxx(xx):xxx-xxx
Sensitivity and specificity of assesment instruments of quality of life in rheumatoid arthritis
abstract
Keywords: Objective: To check sensitivity and specificity of assessment instruments of QoL in patients
Rheumatoid Arthritis with Rheumatoid Arthritis (RA).
Accuracy Methodology: Accuracy study in a sample consisting of patients with confirmed diagnosis of
Questionnaires RA. QoL questionnaires QV SF-36 (Gold Standard), HAQand NHP were applied. The Pearson
Quality of Life Correlation Coefficient, ROC curve, AUC and Youden Index (J) were used to analyze the data.
Evaluation Results:This study enrolled 97 individuals with RA. The functional capacity estimated by
SF-36 was correlated with the total score of HAQ (r= -0.666; p< 0.001; J = 0.579), while the emotional aspects of SF-36 were correlated with the emotional reactions domain of NHP (r= -0.316;p = 0.005; J = 0.341). The vitality domain of SF-36 was correlated with the level of energy of NHP (r= -0.362; p = 0.001; J = 0.302). For the evaluation of functional capacity (AUC = 0.839; p< 0.001) and physical aspect (AUC = 0.755; p<0.001) the most accurate instrument was the HAQ. For evaluation of the impact of vitality, sleep (AUC = 0.679;p = 0.007), emotional reactions (AUC = 0.674; p = 0.009) and level of energy in QoL, the NHP (AUC = 0.633; p = 0.045) was the most specific and sensitive. In the evaluation of the emotional aspect domain, the most accurate instrument was the NHP in the «emotional reaction» score (AUC = 0.699; p = 0.003). The evaluation of pain was limited in the three instruments and SF-36 was the only one in assess of the domains of social aspects and general health status. Conclusion: For evaluation of the physical aspects in patients with RA, the HAQ is the most accurate. For evaluation of emotional aspects the NHP is the most indicated, although the SF-36 was the only one in the evaluation of general domains.
© 2016 Elsevier Editora Ltda. This is an open access article under the CC BY-NC-ND license (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introdugáo
Artrite reumatoide é uma doenca autoimune de etiología des-conhecida, caracterizada por poliartrite periférica simétrica. Isso leva a deformidade e destruido articular e resultante erosao do osso e da cartilagem1,2 e quase sempre leva a com-prometimento funcional das estruturas envolvidas.3,4 Estudos epidemiológicos citam que a prevalencia de AR é de 1% na populacao adulta, entre 0,4 e 1,9% em todo o mundo e de 0,5 a 1,0% no Brasil.5,6 A AR afeta tres vezes mais mulheres do que homens, com maior incidencia entre 30 e 50 anos.7,8
A maior parte dos pacientes terá a sua independencia afetada em graus variáveis e adoece em idade produtiva, o que causa limitacoes nas atividades sociais, de lazer e profissionais.1,9-11 Os principais sintomas dos pacientes com AR sao dor intensa e limitacao funcional, com impacto significativo na qualidade de vida (QV).12-14 Os principais objetivos no tratamento de pacientes com AR sao evitar ou controlar lesoes articulares, prevenir a perda de funcao e diminuir a dor, em um esforco para melhorar a qualidade de vida.2
Como essa é uma doenca crónica, o desfecho esperado nao deve ser avaliado somente por medidas epidemiológicas tradicionais; portanto, foi adotado o impacto da doenca na qualidade de vida para melhorar a avaliacao dos desfechos.15,16 O uso de ferramentas específicas para esse fim é mais válido17; foram propostos instrumentos a fim de detectar alteracoes no estado de saúde ao longo do tempo, além de avaliar o prognóstico, os riscos e os beneficios de uma determinada intervencao terapéutica.5 Entre os instrumentos mais
usados para fazer essa avaliaçao, o Medical Outcomes Study, 36 - Item Short-Form Health Survey (SF-36), o Stanford Health Assessment Questionnaire (HAQ) e o Nottingham Health Profile (NHP) sao os mais relevantes. No entanto, nao está claro qual desses é o mais recomendado para avaliar os diferentes aspectos da qualidade de vida de pacientes com problemas crónicos resultantes da AR.
O SF-36 é um questionário genérico multidimensional que mostrou adaptar-se às condicóes socioeconómicas e culturais da populacao brasileira em pacientes com AR.18 Como é o instrumento mais adotado em estudos em todo o mundo por recomendacao da Organizacao Mundial de Saúde (OMS), é considerado o padrao-ouro na avaliacao da qualidade de vida.19 O NHP é um instrumento genérico para a avaliacao da qualidade de vida de pessoas com diferentes doencas crónicas, mas tem sido amplamente usado em pacientes com AR.20 O HAQé um questionário específico para a AR, que tem a fina-lidade de quantificar o impacto da doenca sobre as funcóes diárias dos individuos.21,22 Ele mede o nível de dificuldade que o paciente apresenta nas atividades, bem como a necessidade de assistência.4,12,23
O uso desses questionários possibilita compreender o impacto da doenca na vida do individuo a partir de sua percepcao, e nao apenas de acordo com marcadores estru-turais e funcionais. Apesar de os instrumentos conterem questóes fechadas, essas foram desenvolvidas a partir de dados relevantes fornecidos por pessoas que apresentam a doenca. Todos os instrumentos produzem escores que foram validados e sao determinantes na avaliacao da qualidade de vida.15,21 No entanto, cada instrumento avalia diferentes
rev bras reumatol. 2016;xxx(xx):xxx-xxx
Tabela 1 - Características sociodemográficas dos pacientes com artrite reumatoide
aspectos da qualidade de vida; a escolha para a aplicacao na prática clínica e em estudos observacionais; e para avaliar as diferencas na resposta a tratamentos as vezes é feita aleatoriamente. Portanto, o objetivo do presente estudo foi verificar a sensibilidade e a especificidade dos instrumentos usados na avaliacao da qualidade de vida de pacientes com AR.
Material e métodos
O presente estudo de acurácia foi feito em individuos com AR diagnosticados de acordo com os critérios do American College of Rheumatology5; os pacientes vieram de um ambulatorio de referencia no tratamento de colagenoses do municipio de Salvador, Bahia, Brasil. Foram incluidos no estudo individuos com diagnóstico confirmado de AR, com um nivel moderado ou alto de atividade da doenca, de ambos os sexos e idade igual ou superior a 18 anos. Os pacientes foram excluidos se apresentassem limitacao na compreensao dos instrumentos de pesquisa, bem como outra doenca crónica, degenerativa, neurológica, ortopédica, pneumológica e cardiológica associada, com o potencial de representar um elemento de confusao.
Os pacientes foram contatados por telefone, e foram usados dados obtidos dos prontuários de saúde. A coleta de dados foi baseada em dados primários e foi feita em tres etapas: 1) exame de sangue; 2) exame radiográfico e 3) aplicacao dos questionários. Os participantes foram encaminhados para uma sala privada, onde os objetivos do estudo e os proce-dimentos adotados foram explicados de modo padronizado. As duas primeiras fases constituem a etapa de inclusao dos voluntários, a fim de determinar o nivel de atividade da doenca. A terceira fase envolveu a aplicacao de instrumentos especificos. Os dados foram coletados entre outubro de 2011 e julho de 2012.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comité de Ética em Pesquisa da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, sob protocolo n° 002/2011, e foi feito em conformidade com todos os principios definidos pelo Decreto-Lei 196/96 do Conselho Nacional de Saúde em relacao a pesquisa em seres humanos. Os individuos que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Para estimar o tamanho da amostra necessária para responder a pergunta do estudo foram adotados os seguintes parámetros: desvio-padrao de 10 para as tres curvas (HAQ, SF-36 e NHP), erro da estimativa de 2 (considerando a pro-ximidade minima para os valores de área sob a curva) e alfa de 5%. Com a calculadora LEE on-line da USP (disponivel em http://www.lee.dante.br/cgi-bin/uncgi/calculo_amostra), concluiu-se que seriam necessários 96 individuos para o estudo. Se fosse considerada a aplicacao em 10 individuos de cada dominio do SF-36, que foi considerado o padrao-ouro, a amostra estimada seria de 80 participantes. Assim, a amostra final foi estimada em 88 individuos (média aritmética de 96 e 80). Ao calcular uma perda de 9 (10%), a amostra foi aumentada para 97. A partir da base de dados de prontuários de saúde do servico, que continha 456 pacientes inscritos, foram selecionados aleatoriamente 97 participantes, com uma tabela de números aleatórios. Quando o individuo nao estava disponivel ao ser contatado, ou nao desejava
Variáveis n %
n = 97 Média DP
Genero
Feminino 90 92,8
Idade 52,5 11,0
Branca 11 11,3
Vermelha 03 03,1
Negra 37 38,1
Mulata 46 47,4
Classe social (Abep)
A1 03 03,1
A2 02 02,1
B1 03 03,1
B2 17 17,5
C1 24 24,7
C2 38 39,2
D 10 10,3
Escolaridade
Analfabeto (até terceiro 14 14,4
Até 4° ano do ensino 20 20,6
fundamental
Ensino fundamental 19 19,6
completo
Ensino médio complete 34 35,1
Ensino superior complete 10 10,3
Níuel de atividade da doenca
Remissao 00 00,0
Baixo 00 00,0
Moderado 31 32,3
Alto 65 67,7
participar, o próximo número na tabela era incluido na lista de participantes até que o tamanho estimado foi alcancado.
As caracteristicas sociodemográficas de cada individuo foram avaliadas por meio de um questionário composto pelas seguintes informacoes: sexo, idade, escolaridade, tabagismo, consumo de álcool, indice de massa corporal (IMC), estado civil e classe socioeconómica, analisada pelos critérios de 2008 da Abep (Associacao Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado) - um instituto brasileiro de pesquisa de mercado que categoriza as condicoes socioeconómicas em oito classes, de A1 a E, no qual a Classe A1 representa o nivel socioeconómico mais elevado (melhor qualificacao de habitacao e padrao de consumo) e o pior.
Coletou-se sangue para testar a procura dos seguintes fatores: fator reumatoide (RF), proteina C-reativa (PCR), veloci-dade de hemossedimentacao (VHS) e fator antinuclear (FAN). A seguir foi feito exame radiológico, que incluiu radiografias dos punhos e maos para a confirmacao do diagnóstico e identificacao do nivel de atividade da doenca. Foram incluidos apenas os pacientes com um nivel moderado a elevado de atividade da doenca, a qual foi avaliada por meio do protocolo DAS 28.24
Usaram-se os questionários SF-36 (versao 2.0), NHP e HAQ para avaliar a qualidade de vida. Todos os instrumentos foram aplicados de maneira uniforme, pelos mesmos pesquisado-res, e foram adotadas todas as recomendares dos autores
RBR-291; No. of Pages 8 ARTICLE IN PRESS
4 rev bras reumatol. 2016;xxx(xx):xxx-xxx
dos instrumentos.18'20,21 Inicialmente, as dimensôes de quali-dade de vida medida pelo SF-36 foram dicotomizadas, com a mediana como ponto de corte. A hipótese inicial deste estudo foi a de que se encontrariam correlacôes positivas entre os seguintes dominios do SF-36 e NHP: aspecto físico (SF-36) e capacidade física (NHP); vitalidade (SF-36) e nivel de energia (NHP); aspecto emocional (SF-36) e reacao emocional (NHP); e aspecto social (SF-36) e interacao social (NHP). Considerou--se também que a pontuacao total do HAQse correlacionaria positivamente com todos os dominios do SF-36 e NHP.
Fizeram-se análises de correlacao por meio do teste de correlacao linear de Pearson e curva Receiver Operating Characteristic (ROC), área sob a curva (ASC) e índice de Youden, que foram usados para identificar quais instrumentos seriam mais específicos e sensiveis para a avaliacao da qualidade de vida em pacientes com AR. No índice de Youden (J), o melhor ponto de corte foi considerado aquele em que foi obtido o menor número de diagnósticos incorretos (falso negativo mais falso positivo). Os valores mais próximos de J = +1 foram considerados os melhores métodos para a avaliacao da qualidade de vida. Se o teste nao tivesse um valor diagnóstico, o índice era considerado igual a zero (J = 0). Se os valores estivessem entre 0 e -1, considerava-se que o teste estava negativamente associado ao diagnóstico verdadeiro.25 Os dados foram analisados com o pacote estatístico SPSS, versao 21.0, adotou-se um valor de alfa de 5% como significativo, com um poder do estudo de 80%.
Resultados
Participaram da pesquisa 97 indivíduos, com predomínio do sexo feminino (92,8%) e média de 52,5 ± 11,07 anos. A etnia autodeclarada predominante foi a mulata (47,4%); a classe social mais comumente citada foi C2 (39,2%) e o nível de esco-laridade mais frequente foi o ensino médio completo (35,1%) (tabela 1). As correlacôes entre os domínios do SF-36 e do NHP e a pontuacao total do HAQestao destacadas na tabela 2. A fim de detectar qual dos questionários apresentou melhor sensibi-lidade e especificidade, foram construídas curvas ROC (fig. 1). Os dados para descrever a área sob a curva de cada domínio NHP e a pontuacao total do HAQem comparacao aos domínios do SF-36 sao apresentados na tabela 3.
A dimensao teóricamente relacionada com a capacidade funcional do SF-36 (fig. 1A) foi a pontuacao total do HAQ que apresentou correlacao negativa na amostra estudada (r= -0,666; p<0,001) (tabela 2). A dimensao teoricamente relacionada com o aspecto físico (fig. 1B) do SF-36 foi o dominio capacidade física do NHP, que também apresentou correlacao negativa na amostra estudada (r = -0,240; p = 0,033). A dimensao teoricamente relacionada com o dominio dor (fig. 1C) do SF-36 foi o dominio dor do NHP, que nao apresentou correlacao estatisticamente significativa com o SF-36 na amostra estudada (r= 0,210; p = 0,063) (tabela 2). Conforme observado nos testes de correlacao, nenhuma das variáveis apresentou uma área sob a curva significativa. Nao foram encontradas dimensöes do HAQou NHP que estivessem teoricamente relacionadas com o estado geral de saúde (fig. 1D) do SF-36. Do mesmo modo, na amostra estudada, nenhum dos domínios dessas escalas apresentou correlacao com esse domínio do SF-36. A dimensao teoricamente relacionada com a vitalidade do SF-36 foi o nivel de energia da NHP, que apresentou correlacao negativa na amostra estudada (r = -0,362; p = 0,001) (tabela 2). A dimensao teoricamente relacionada com o aspecto social do SF-36 foi o domínio de interacao social do NHP, que apresentou correlacao positiva na amostra estudada (r = 0,305; p = 0,006), porém em sentido oposto ao esperado. A dimensao teoricamente relacionada com o aspecto emocional do SF-36 foi o dominio reacao emocional do NHP, que apresentou correlacao negativa na amostra estudada (r= -0,316; p = 0,005). Nao existem dimensöes do HAQou NHP teoricamente relacionadas com o dominio saúde mental do SF-36. No entanto, todas as escalas do NHP e a pontuacao total do HAQ também apresentaram correlacao com a saúde mental do SF-36 na amostra estudada (tabela 2).
Discussâo
Este estudo objetivou verificar a sensibilidade e especificidade de três das ferramentas mais usadas na avaliacao da quali-dade de vida de pacientes com artrite reumatoide. Com o uso do SF-36 como padrao-ouro, cada um de seus domínios foi comparado com a pontuacao total do HAQe com as diferentes dimensôes do NHP. Os resultados mostraram que as relacôes esperadas e confirmadas nas análises foram as seguintes:
Tabela 2 - Correlaçâo entre os domínios do NHP e HAQ em relaçâo ao SF-36
Dominios do SF-36 Domínios do NHP Dor Reacao Sono Interacao Capacidade Pontuacao
Nível de energia emocional social física do HAQ
r P r P r P r P r P r P r P
Capacidade funcional -0,58 <0,01 -0,59 < 0,01 0 31 < 0,01 -0,20 0 ,07 -0,19 0,08 -0,63 < 0,01 -0,66 < 0,01
Aspecto físico -0,40 <0,01 -,031 < 0,01 -0 24 0,02 -0,07 0 ,53 -0,19 0,08 -0,24 < 0,01 -0,43 < 0,01
Dor 0,07 0,49 0,21 0,06 0 15 0,17 0,02 0 ,81 0,07 0,52 -0,05 < 0,60 0,02 < 0,80
Estado geral de saúde -0,06 0,57 -0,09 0,42 -0 14 0,20 0,22 0 ,05 0,05 0,65 -0,05 < 0,61 -0,14 < 0,20
Vitalidade -0,36 < 0,01 -0,29 < 0,01 -0 39 < 0,01 -0,28 0 ,01 -0,16 0,15 -0,24 < 0,03 -0,26 < 0,01
Aspecto social 0,03 0,78 -0,19 0,08 0 12 0,28 -0,15 0 ,17 0,30 < 0,01 0,02 < 0,85 -0,05 < 0,62
Aspecto emocional -0,16 0,15 -0,04 0,68 -0 31 < 0,01 -0,03 0 ,79 -0,36 < 0,01 -0,16 < 0,14 -0,18 < 0,09
Saúde mental -0,30 < 0,01 -0,32 < 0,01 -0 63 < 0,01 -0,23 0 ,04 -0,43 < 0,01 -0,22 < 0,04 -0,34 < 0,01
NHP, Nottingham Health Profile; HAQ, Stanford Health Assessment Questionnaire; SF-36, Short Form-36 item.
rev bras reumatol. 2016;xxx(xx):xxx-xxx
Curva ROC
Origem da curva Nível de energia Dor
Reagao emocional Suno
Interagao social Capacidade física Escore do HAQ Linha de referencia
0,4 0,6
i - especificidade
Sensibilidade: 0,865 Especificidade: 0,7i4 J = 0,579 ASC: 0,839 p < 0,001
Curva ROC
/ X Origem da
Nível de energia
L^/ Reagao emocional
/1 / Interagao social
! I i ¿г Capacidade física
/ / / / Escore do HAQ
< Jy / Linha de referencia
Y j/ y i
0,2 0,4 0,6 0,£
i - especificidade
Sensibilidade: 0,778 Especificidade: 0,692 J = 0,470 ASC: 0,755 p < 0,00i
■s 0,6 -
Curva ROC
Origem da
//—/J^S curva
/ / Jy Nível de energia
¡y Jf Dor
sK S/Tf Reagao emocional
1 /^yv / Suno
r¡/// / Interagao social
\ / / / / Capacidade física
11/ // j Escore do HAQ
Jf / / / Linha de referencia
Curva ROC
Origem da
y- curva
Уулу/ ^^/У/у //vy// Nível de energia Dor
Reagao emocional Suno
Interagao social
Capacidade física
Escore do HAQ Linha de referencia
/ / Jf
/// /// Ш /Г/
0,2 0,4 0,6 0,£
i - especificidade
Sensibilidade: 0,704 Especificidade: 0,519 J = 0,223 ASC: 0,584 p = 0,223
0,4 0,6 0,8
i - especificidade
Sensibilidade: 0,515 Especificidade: 0,826 J = 0,341 ASC: 0,699 p = 0,003
Figura 1 - Curvas ROC para medidas de sensibilidade e especificidade dos instrumentos para avaliar a qualidade de vida em individuos com artrite reumatoide. A, Dominio Capacidade Funcional; B, Dominio Aspecto Fisico; C, Dominio Estado Geral de Saúde; D, Dominio Aspecto Emocional.
capacidade funcional com pontuacao total do HAQ; aspecto emocional com relaçбes emocionais do NHP; e vitalidade com nível de energia do NHP.
Instrumentos genéricos e especificos sao importantes para o estudo dos aspectos relacionados com a saúde da qualidade de vida na artrite reumatoide. Instrumentos genéricos, como o SF-36 e o NHP, possibilitam a comparacao com outros grupos de individuos; no entanto, eles podem ter uma baixa sensi-bilidade à mudança nos estudos de seguimento.20 Contudo, considerando que instrumentos especificos como o HAQ sao mais sensíveis a alteraçбes no estado de saúde, seus resultados nao podem ser comparados com os resultados de outros grupos.26
A maior parte da amostra deste estudo foi constituida por mulheres (9:1), o que é semelhante aos achados de vários estudos que envolveram pessoas com AR nos paises latino-americanos4,27 Contudo, difere dos achados de estudos americanos, que revelaram uma proporcao de 3:1,1,9'28,29 e europeus, de 2:1.17 As características demográficas podem ter influenciado esses resultados, já que os estudos na populacao brasileira ainda sao escassos.10,30 Os paises latino-americanos apresentam aspectos demográficos muito complexos, com uma populacao altamente miscigenada e uma elevada diver-sidade de expressao genética.1,27 As mulheres também tem menos propensao a alcancar a remissao após o tratamento.10 A idade média dos pacientes foi semelhante a encontrada em
RBR-291; No. of Pages 8 ARTICLE IN PRESS
6 rev bras reumatol. 2016;xxx(xx):xxx-xxx
Tabela 3 - Área sob a curva ROC nos dominios do SF-36 em comparacao com os aspectos do NHP e pontuacao
Variáveis Área p
Capacidade funcional Nível de energia 0,786 < 0,001
Dor 0,767 < 0,001
Reaçao emocional 0,671 0,009
Sono 0,621 0,064
Interacao social 0,604 0,111
Capacidade física 0,771 < 0,001
Pontuacao do HAQ 0,839 < 0,001
Aspecto físico Nível de energia 0,751 < 0,001
Dor 0,699 0,004
Reacao emocional 0,625 0,069
Sono 0,536 0,598
Interacao social 0,575 0,273
Capacidade física 0,618 0,087
Pontuacao do HAQ 0,755 < 0,001
Dor Nível de energia 0,493 0,922
Dor 0,365 0,051
Reacao emocional 0,411 0,196
Sono 0,446 0,435
Interacao social 0,402 0,154
Capacidade física 0,479 0,764
Pontuacao do HAQ 0,476 0,733
Vitalidade Nível de energia 0,633 0,045
Dor 0,612 0,091
Reacao emocional 0,674 0,009
Sono 0,679 0,007
Interacao social 0,498 0,980
Capacidade física 0,566 0,323
Pontuacao do HAQ 0,583 0,210
Aspecto social Nível de energia 0,477 0,770
Dor 0,576 0,332
Reacao emocional 0,467 0,670
Sono 0,571 0,359
Interacao social 0,416 0,282
Capacidade física 0,471 0,713
Pontuacao do HAQ 0,531 0,687
Aspecto emocional Nível de energia 0,631 0,048
Dor 0,605 0,113
Reacao emocional 0,699 0,003
Sono 0,518 0,788
Interacao social 0,675 0,008
Capacidade física 0,628 0,053
Pontuacao do HAQ 0,671 0,010
Saúde mental Nível de energia 0,647 0,025
Dor 0,637 0,037
Reacao emocional 0,770 0,001
Sono 0,631 0,047
Interacao social 0,653 0,020
Capacidade física 0,604 0,113
Pontuacao do HAQ 0,615 0,080
HAQ, Stanford Health Assessment Questionnaire; NHP, Nottingham Health Profile; ROC, Receiver Operating Characteristic Curve; SF-36, Short Form-36 item.
outros estudos em populares com AR.8,14,15,31 A maior parte dos pacientes do presente estudo apresentou um nivel socioeconómico e educacional baixo, que sao dados compativeis com os dos estudos de Corbacho14 e Costa.4 A semelhanca com populares de outros estudos aponta para a possibilidade de extrapolado dos resultados para outras amostras.
Neste estudo, foi possivel observar que para avaliar a capacidade funcional o melhor instrumento foi a pontuacao total do HAQ, que apresentou a maior área sob a curva ROC, com elevada sensibilidade e especificidade. Esse resultado era esperado, uma vez que os itens da escala que medem a capacidade funcional do HAQestao relacionados com a dependencia e incapacidade funcional e esses pacientes apresentavam importantes danos articulares com perda na funcao.18,20 No estudo da Ciconelli,18 observaram-se correlates significativas entre o aspecto funcional do SF-36 e os aspectos relativos á mobilidade e dor do NHP. No estudo de Garip,8 o questionário Quality of Life in Rheumatoid Arthritis (RAQol) foi comparado com outras escalas e observou-se que o RAQol apresentou alta correlacao com o HAQ. O HAQ é uma ferramenta capaz de refletir a condicao evolutiva da doenca, avalia objetivamente o estado funcional dos pacientes e pode, por fim, ser útil para acompanhar a resposta funcional ao tratamento.21,32
Em relacao ao dominio aspecto fisico do SF-36, tanto a capacidade fisica do NHP quanto a pontuacao total do HAQ se mostraram eficientes na determinacao do impacto das limitacöes fisicas causadas pela AR, possibilita que seja usado qualquer um dos tres instrumentos. No entanto, o HAQ apre-sentou a maior área sob a curva e é, por conseguinte, o instrumento mais indicado para essa avaliacao. Em um estudo de acurácia com o Cedars-Sinai Health-Related Quality of Life for Rheumatoid Arthritis Instrument (CSHQ-RA), o SF-36 e o HAQ mostraram que os itens relativos a incapacidade fisica estiveram mais fortemente correlacionados com o HAQ e o componente aspecto fisico do SF-36.33 Os achados do presente estudo estao de acordo com os resultados do estudo de Garip,8 no qual todos os subgrupos do NHP apresentaram alta correlacao com o HAQ.
Enquanto isso, na avaliacao da dor, que tem dominios especificos tanto no SF-36 quanto no NHP, nao foi possivel verificar qualquer correlacao na amostra deste estudo. A subjetividade dos múltiplos fatores envolvidos na percepcao da dor em uma morbidade crónica como a AR pode eventualmente ser um fator limitante para o uso desses instrumentos na avaliacao desse parámetro. Esse resultado também pode estar relacionado com o uso frequente de fármacos modificadores da doenca, analgésicos e um controle rigoroso da atividade inflamatoria nesses pacientes durante o curso da doenca, fatores que podem influenciar esse dominio.20
Também nao foi possivel encontrar qualquer base teórica para a comparacao do estado geral de saúde do SF-36 com qualquer escala do NHP ou pontuacao total do HAQ. Esse fato ressalta a necessidade de elaboracao e desenvolvimento de instrumentos para avaliar esse dominio em populacöes com AR. Esse achado também sugere que se deve tomar cuidado ao usar a pontuacao total dos instrumentos, uma vez que dominios como esses podem influenciar o resultado final.
No que diz respeito ao aspecto vitalidade do SF-36, houve uma alta correlacao com item sono do NHP, seguido pelos dominios reacao emocional e nivel de energia. Esse achado pode estar relacionado com o fato de que nas doencas crónicas com características incapacitantes, altamente ligadas á depressao e á ansiedade, é comum encontrar associacao a distúrbios do sono.20 Os pacientes consideram que as dimen-söes de energia/vitalidade e sono sao importantes no impacto
rev bras reumatol. 2016;xxx(xx):xxx-xxx
sobre a qualidade de vida e desenvolvimento da doenc;a, e isso é uma vantagem em relacao ao uso dos instrumentos NHP e SF-36.26
Na dimensao aspecto social, verificou-se uma correlaçao inversa com a escala de interac;ao social do NHP, o que pode ter sido influenciado por aspectos semánticos que merecem estudos mais aprofundados. No estudo de validaçao do SF-36 para o idioma português em pacientes com AR, foram encontrados valores médios mais elevados para os componentes aspecto social e saúde mental.18 O dominio que avalia questбes soci-ais tem limitaçбes em relacao à validade da aplicaçao clinica em ambos os instrumentos.20
Em relaçao ao aspecto emocional do SF-36, foi encontrada correlac;ao com a escala reac;ao emocional do NHP e esse apresentou uma maior área sob a curva. Esse resultado é consistente com a tendência a apresentar depressao e ansiedade.1 Lillegraven e Kvien26 revelaram que os dominios aspecto emocional e reaçao emocional eram dimensбes semelhantes. Também foi observada correlaçao negativa com a Social Interaction Scale (NHP) e a segunda maior área sob a curva, o que pode ser claramente justificado, porque o estado emocional do paciente pode ter uma influência sobre suas relaçбes sociais e possibilitar que ele tenha uma tendência a isolar-se.20 Os três instrumentos apresentaram boas condi^es para avaliar esse aspecto; no entanto, o NHP foi o mais adequado.
Com relac;ao à saúde mental, a variável que apresentou a maior área sob a curva foi a reacao emocional (NHP) e esse achado corrobora o estudo de Ciconelli,18 que demonstrou uma boa correlacao entre o NHP e o SF-36 nesse dominio.
Os resultados do presente estudo indicam que muitos estudos ainda devem ser desenvolvidos antes que seja feito o uso indiscriminado dos instrumentos para avaliar o impacto sobre a qualidade de vida de pessoas que sofrem danos à saúde. As pessoas que apresentam doenc;as crónicas, como no caso da AR, precisam ser constantemente acompanhadas, nao só em relacao à evolucao em parámetros clinicos objetivos, mas principalmente no que diz respeito à percepc;ao do individuo, que envolve aspectos biopsicossociais do processo de saúde--doenc;a.
Uma limitaçao importante deste estudo foi a ausência de uma reavaliac;ao prospectiva dos participantes para estimar a sensibilidade à mudanc;a na qualidade de vida. Essa limitac;ao foi consequente à falta de adesao por parte dos participantes, que nao quiseram voltar para uma segunda avaliac;ao com os mesmos instrumentos.
A principal conclusao deste estudo é que os três instrumentos mais usados na avaliac;ao do impacto da morbidade sobre a qualidade de vida na AR, validados e disponiveis no idioma português do Brasil - SF-36, HAQe NHP - sao úteis e devem ser aplicados em ensaios clinicos e pesquisas cientificas. Todos esses instrumentos demonstraram boa sensibilidade e espe-cificidade na maior parte dos dominios avaliados. No entanto, também é possivel concluir que para a avaliac;ao dos aspectos fisicos e subjetivos, as diferenças de acurácia entre eles podem indicar escolhas diferenciadas para a sua aplicac;ao. Para a avaliac;ao dos aspectos fisicos em pacientes com AR, o HAQ é o mais preciso. Para a avaliac;ao dos aspectos emocionais, o NHP é o mais indicado. O SF-36, o HAQe o NHP sao fáceis de entender, autoaplicáveis e rápidos de preencher (menos de 10 minutos cada) e podem ser usados em ambientes clinicos
e de pesquisa. No entanto, o impacto da dor sobre a QV nao foi bem avaliado por qualquer dos instrumentos testados.
Conflitos de interesse
Os autores declaram nao haver conflitos de interesse.
referências
1. Mota LM, Cruz BA, Brenol CV, Pereira IA, Fronza LS, Bertolo MB, et al. Consensus of the Brazilian Society of Rheumatology for diagnosis and early assessment of rheumatoid arthritis. Rev Bras Reumatol. 2011;51(3):199-219.
2. Bertolo MB, Brenol CV, Schainberg CG, Neubarth F, Lima FAC, Laurindo IM, et al. Update on the Brazilian Consensus for the diagnosis and treatment of rheumatoid arthritis. Rev Bras Reumatol. 2007;47:151-9.
3. Boyd TA, Bonner A, Thorne C, Boire G, Hitchon C, Haraoui BT, et al. The relationship between function and disease activity as measured by the HAQ and DAS28 varies over time and by rheumatoid factor status in early inflammatory arthritis (EIA). Results from the Catch Cohort. The Open Rheumatology Journal. 2013;7:58-63.
4. Costa GP. Confiabilidade da autoaplicacäo do Health Assessment Questionnaire Modificado (HAQ-M) em uma populacäo de portadores de artrite reumatoide no Brasil [dissertacäo de mestrado]. Brasilia: Faculdade de Medicina da Universidade de Brasilia; 2006.
5. Mota LM, Cruz BA, Brenol CV, Pereira IA, Rezende-Fronza LS, Bertolo MB, et al. Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia para o tratamento da artrite reumatoide. Rev Bras Reumatol. 2012;52(2):135-74.
6. Senna ER, Barros ALP, Silva EO, Costa IF, Pereira LV, Ciconelli RM, et al. Prevalence of rheumatic diseases in Brazil: a study using the Copcord approach. The Journal of Rheumatology. 2004;31:3.
7. Sorensen J, Linde L, Ostergaard M, Hetland ML. Quality-adjusted life expectancies in patients with rheumatoid arthritis - Comparasion of index scores from EQ-5D, 15D, and SF-6D. Value in Health. 2012;15:334-9.
8. Garip Y,Eser F, Bodur H. Health-related quality of life in rheumatoid arthritis: comparison of RAQoL with other scales in terms of disease activity, severity of pain, and functional status. Rheumatol Int. 2011;31:769-72.
9. Mendes M, Kowalski SC, Ciconelli RM, Ferraz MB. Evaluation of the sociodemographic, clinical-laboratorial and therapeutic profile of rheumatoid arthritis patients who participated of research projects in the Escola Paulista de Medicina in the last 25 years. Rev Bras Reumatol. 2006;46(2):103-9.
10. Sokka T, Kautiainen H, Pincus T, Verstappen SM, Aggarwal A, Alten R, et al. Work disability remains a major problem in rheumatoid arthritis in the 2000s: data from 32 countries
in the QUEST-RA study. Arthritis Res Ther. 2010;12(2):R42.
11. Chehata JC, Hassell AB, Clarke SA, Mattey DL, Jones MA, Jones PW, et al. Mortality in rheumatoid arthritis: relationship
to single and composite measures of disease activity. Rheumatology. 2001;40(4):447-52.
12. Stanmore E, Oldham J, Skelton DA, O'Neill T, Pilling M, Campbell AJ, et al. Risk factors for falls in adults with rheumatoid arthritis: a prospective study. Arhtritis Care & Research. 2013;65(8):1251-8.
13. Aletaha D, Neogi T, Silman AJ, Funovits J, Felson DT, Bingham CO, et al. Rheumatoid arthritis classification criteria: an American College of Rheumatology/European League Against
ARTICLE IN PRESS
RBR-291; No. of Pages 8
rev bras reumatol. 2016;xxx(xx):xxx-xxx
Rheumatism collaborative initiative. Arthritis Rheum. 2010;62(9):2569-81.
14. Corbacho MI, Dapueto JJ. Avaliacao da capacidade funcional e da qualidade de vida de pacientes com artrite reumatoide. Rev Bras Reumatol. 2010;50(1):31-43.
15. Wolfe F, Michaud K. The loss of health status in rheumatoid arthritis and the effect of biologic therapy: a longitudinal observational study. Wolf and Michaud Arthritis Research S Therapy. 2010;12:R35.
16. Brandao L, Ferraz MB, Zerbini CAF. Evaluation of quality of life in rheumatoid arthritis. Rev Bras Reumatol. 1997;37:275-81.
17. Groen MM, Klooster PM, Taal E, Laar MAFJ, Glas CAW. Application of the health assessment questionnaire disability index to various rheumatic diseases. Qual Life Res. 2010;19:1255-63.
18. Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W,Meinao I, Quaresma MR. Brazilian-Portuguese version of the SF-36. A reliable and valid quality of life outcome measure. Rev Bras Reumatol. 1999;39(3).
19. Campolina AG, Bortoluzzo AB, Ferraz MB, Ciconelli RM. Validation of the Brazilian version of the generic six-dimensional short form quality of life questionnaire (SF-6D Brazil). Ciência S Saúde Coletiva. 2011;16(7):3103-10.
20. Teixeira-Salmela LF, Magalhaes LC, Souza AC, Lima MC, Goulart F.Adaptation of the Nottingham Health Profile: a simple measure to assess quality of life. Cad. Saúde Pública. 2004;20(4):905-14.
21. Fries JF, Spitz PW, Krains RG, Holman HR. Measurement of patient outcome in arthritis. Arhtritis Rheum. 1980;23:137-45.
22. Pincus T, Sokka T. Further development of a physical function scale on a MHAQ (corrected) for standard care of patients with rheumatic diseases. J Rheumatol. 2005;32:1432-9.
23. Maska L, Anderson J, Michaud K. Measures of functional status and quality of life in rheumatoid arthritis. Arhtritis Care S Research. 2011;63(S11):S4-13.
24. Pinheiro GR. Pooled indices to measure rheumatoid arthritis activity-why and how to use them. Rev Bras Reumatol. 2007;47(5):362-5.
25. Jalali R, Rezaie M. Predicting pressure ulcer risk: comparing the predictive validity of 4 scales. Advances in Skin & Wound Care. 2005;18(2):92-7.
26. Lillegraven S, Kvien TK. Measuring disability and quality of life in established rheumatoid arthritis. Best Practice & Research Clinical Rheumatology. 2007;21(5):
827-40.
27. Mota LM, Laurindo IM, Santos Neto LL. Características demográficas e clínicas de uma coorte de pacientes com artrite reumatoide inicial. Rev Bras Reumatol. 2010;50(3):235-48.
28. Smolen JS, Landewé R, Breedveld FC, Dougados M, Emery P, Gaujoux-Viala C, et al. EULAR recommendations for the management of rheumatoid arthritis with synthetic and biological disease-modifying antirheumatic drugs. Ann Rheum Dis. 2010;69:964-75.
29. Cruyssen BV, Durez ^Westhovens R, De Keyser F. Seven-year follow-up of infliximab therapy in rheumatoid arthritis patients with severe ong-standing refractory disease: attrition rate and evolution of disease activity. Arthritis Research & Therapy. 2010;12:R77.
30. Louzada-Junior PSouza BDS, Toledo RA, Ciconelli RM. Descriptive analysis of the demographical and clinical characteristics of the patients with rheumatoid arthritis in the State of Säo Paulo, Brazil. Rev Bras Reumatol. 2007;47(2):84-90.
31. Aktekin LA, Eser F, Baskan BM, Sivas F, Malhan S, Öksüz E, et al. Disability of arm shoulder and hand questionnaire in rheumatoid arthritis patients: relationship with disease activity, HAQ, SF-36. Rheumatol Int. 2011;31(6):
823-6.
32. Bruce B, Fries JF. The Health Assessment Questionnaire (HAQ). Clin Exp Rheumatol. 2005;23 Suppl. 39:S14-8.
33. Chiou CF, Sherbourne CD, Cornelio I, Lubeck DP, Paulus HE, Dylan M, et al. Development and validation of the Revised Cedars-Sinai Health-Related Quality of Life for Rheumatoid Arthritis Instrument. Arthritis Care & Research. 2006;55(6):856-63.