Scholarly article on topic 'Iron deficiency and anemia are associated with low retinol levels in children aged 1 to 5 years'

Iron deficiency and anemia are associated with low retinol levels in children aged 1 to 5 years Academic research paper on "Educational sciences"

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OECD Field of science
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{Children / "Iron deficiency anemia" / "Iron deficiency" / "Vitamin A" / Crianças / "Anemia ferropriva" / "Deficiência de ferro" / "Vitamina A"}

Abstract of research paper on Educational sciences, author of scientific article — Bárbara C.A. Saraiva, Michele C.C. Soares, Luana C. dos Santos, Simone C.L. Pereira, Paula M. Horta

Abstract Objective To analyze the occurrence of anemia and iron deficiency in children aged 1 to 5 years and the association of these events and retinol deficiency. Methods This was an observational analytic cross‐sectional study conducted in Vitoria, ES, Brazil, between April and August of 2008, with healthy children aged 1 to 5 years (n=692) that lived in areas covered by primary healthcare services. Sociodemographic and economic conditions, dietary intake (energy, protein, iron, and vitamin A ingestion), anthropometric data (body mass index‐for‐age and height‐for‐age), and biochemical parameters (ferritin, hemoglobin, and retinol serum) were collected. Results The prevalence of anemia, iron deficiency, and retinol deficiency was 15.7%, 28.1%, and 24.7%, respectively. Univariate analysis showed a higher prevalence of anemia (PR: 4.62, 95% CI: 3.36, 6.34, p<0.001) and iron deficiency (PR: 4.51, 95% CI: 3.30, 6.17, p<0.001) among children with retinol deficiency. The same results were obtained after adjusting for socioeconomic and demographic conditions, dietary intake, and anthropometric variables. There was a positive association between ferritin vs. retinol serum (r=0.597; p<0.001) and hemoglobin vs. retinol serum (r=0.770; p<0.001). Conclusions Anemia and iron deficiency were associated with low levels of serum retinol in children aged 1 to 5 years, and a positive correlation was verified between serum retinol and serum ferritin and hemoglobin levels. These results indicate the importance of initiatives encouraging the development of new treatments and further research regarding retinol deficiency. Resumo Objetivo Analisar a ocorrência de anemia e de deficiência de ferro em crianças de 1 a 5 anos e a associação destes desfechos com a deficiência de retinol. Métodos Trata‐se de um estudo observacional analítico do tipo transversal, realizado no município de Vitória – ES, entre abril e agosto de 2008, com crianças (n=692) saudáveis de 1 a 5 anos, residentes em áreas de abrangência de Unidades Básicas de Saúde. Foram avaliados dados sociodemográficos, econômicos, dietéticos (ingestão de energia, proteína, ferro e vitamina A), antropométricos (índice de massa corporal‐por‐idade e estatura‐por‐idade) e bioquímicos (níveis séricos de ferritina, hemoglobina e retinol). Resultados Detectou‐se anemia, deficiência de ferro e deficiência de retinol em 15,7%, 28,1% e 24,7% das crianças, respectivamente. A análise univariada evidenciou maior ocorrência de anemia (RP: 4,62; IC 95%: 3,36; 6,34, p<0.001) e de deficiência de ferro (RP: 4,51; IC 95%: 3,30; 6,17, p<0.001) entre crianças que apresentavam deficiência de retinol. As mesmas relações se mantiveram após o ajuste pelas variáveis socioeconômicas, demográficas, dietéticas e antropométricas. Houve relação positiva entre os valores de ferritina sérica vs. retinol (r=0,597; p<0,001) e hemoglobina vs. retinol (r=0,770; p<0,001). Conclusões A anemia e a deficiência de ferro mostraram‐se associadas com baixos níveis de retinol em crianças de 1 a 5 anos, e houve correlação positiva dos níveis de retinol com os de ferritina sérica e hemoglobina. Isto torna importante iniciativas que estimulem o desenvolvimento de novos tratamentos e a ampliação de pesquisas em relação à deficiência de retinol.

Academic research paper on topic "Iron deficiency and anemia are associated with low retinol levels in children aged 1 to 5 years"

J Pediatr (Rio J). 2014;90(6):593-599

Jornal de

Pediatría

www.jped.com.br

CrossMark

ARTIGO ORIGINAL

Iron deficiency and anemia are associated with low retinol levels in children aged 1 to 5 years^'^

Bárbara C.A. Saraiva, Michele C.C. Soares, Luana C. dos Santos, Simone C.L. Pereira e Paula M. Horta*

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil Recebido em 2 de dezembro de 2013; aceito em 25 de março de 2014

KEYWORDS

Children; Iron deficiency anemia; Iron deficiency; Vitamin A

Abstract

Objective: To analyze the occurrence of anemia and iron deficiency in children aged 1 to 5 years and the association of these events and retinol deficiency.

Methods: This was an observational analytic cross-sectional study conducted in Vitoria, ES, Brazil, between April and August of 2008, with healthy children aged 1 to 5 years (n = 692) that lived in areas covered by primary healthcare services. Sociodemographic and economic conditions, dietary intake (energy, protein, iron, and vitamin A ingestion), anthropometric data (body mass index-for-age and height-for-age), and biochemical parameters (ferritin, hemoglobin, and retinol serum) were collected.

Results: The prevalence of anemia, iron deficiency, and retinol deficiency was 15.7%, 28.1%, and 24.7%, respectively. Univariate analysis showed a higher prevalence of anemia (PR: 4.62, 95% CI: 3.36, 6.34, p< 0.001) and iron deficiency (PR: 4.51, 95% CI: 3.30, 6.17, p< 0.001) among children with retinol deficiency. The same results were obtained after adjusting for socioeconomic and demographic conditions, dietary intake, and anthropometric variables. There was a positive association between ferritin vs. retinol serum (r = 0.597; p< 0.001) and hemoglobin vs. retinol serum (r = 0.770; p<0.001).

Conclusions: Anemia and iron deficiency were associated with low levels of serum retinol in children aged 1 to 5 years, and a positive correlation was verified between serum retinol and serum ferritin and hemoglobin levels. These results indicate the importance of initiatives encouraging the development of new treatments and further research regarding retinol deficiency. © 2014 Sociedade Brasileira de Pediatria. Published by Elsevier Editora Ltda. All rights reserved.

DOI se refere ao artigo: http://dx.doi.Org/10.1016/j.jped.2014.03.003

* Como citar este artigo: Saraiva BC, Soares MC, Santos LC, Pereira SC, Horta PM. Iron deficiency and anemia are associated with low retinol levels in children aged 1 to 5 years. J Pediatr (Rio J). 2014;90:593-9.

** Estudo realizado no Departamento de Nutricao, Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

* Autor para correspondencia.

E-mail: paulamhorta@gmail.com (P.M. Horta).

2255-5536/© 2014 Sociedade Brasileira de Pediatria. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.

Deficiencia de ferro e anemia estao associadas com baixos níveis de retinol em mancas de 1 a 5 anos

Resumo

Objetivo: Analisar a ocorrencia de anemia e de deficiencia de ferro em chancas de 1 a 5 anos e a associacao destes desfechos com a deficiencia de retinol.

Métodos: Trata-se de um estudo observacional analítico do tipo transversal, realizado no municipio de Vitoria - ES, entre abril e agosto de 2008, com chancas (n = 692) saudáveis de 1 a 5 anos, residentes em áreas de abrangencia de Unidades Básicas de Saúde. Foram avalia-dos dados sociodemográficos, económicos, dietéticos (ingestao de energia, proteína, ferro e vitamina A), antropométricos (índice de massa corporal-por-idade e estatura-por-idade) e bioquímicos (níveis séricos de ferritina, hemoglobina e retinol).

Resultados: Detectou-se anemia, deficiencia de ferro e deficiencia de retinol em 15,7%, 28,1% e 24,7% das chancas, respectivamente. A análise univariada evidenciou maior ocorrencia de anemia (RP: 4,62; IC 95%: 3,36; 6,34, p< 0.001) e de deficiencia de ferro (RP: 4,51; IC 95%: 3,30; 6,17, p < 0.001) entre chancas que apresentavam deficiencia de retinol. As mesmas relacoes se mantiveram após o ajuste pelas variáveis socioeconómicas, demográficas, dietéticas e antropométricas. Houve relacao positiva entre os valores de ferritina sérica vs. retinol (r = 0,597; p< 0,001) e hemoglobina vs. retinol (r = 0,770; p< 0,001).

Conclusoes: A anemia e a deficiencia de ferro mostraram-se associadas com baixos níveis de retinol em chancas de 1 a 5 anos, e houve correlacao positiva dos níveis de retinol com os de ferritina sérica e hemoglobina. Isto torna importante iniciativas que estimulem o desenvolvimento de novos tratamentos e a ampliacao de pesquisas em relacao a deficiencia de retinol. © 2014 Sociedade Brasileira de Pediatria. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.

PALAVRAS-CHAVE

Chancas;

Anemia ferropriva; Deficiencia de ferro; Vitamina A

Introducao

O ferro é um nutriente essencial para o adequado fun-cionamento do organismo e participa primordialmente no transporte de oxigenio. Por este motivo, a deficiencia desse mineral e, em caso mais grave, a anemia, afeta todas as células de um organismo vivo, com prejuízo ao com-portamento, desempenho cognitivo, crescimento físico e imunidade.1,2

A anemia é uma das principais doenccas carenciais do mundo e caracteriza-se como um grave problema de saúde pública. A Organizacao Mundial de Saúde (OMS) estima que a anemia acometa 1,62 bilhoes de pessoas no mundo, e que a ocorrencia da deficiencia de ferro seja ainda 2,5 vezes superior.2 No Brasil, a anemia é encontrada em todos os grupos etários, em diversas regioes do país, sem distincao de renda ou estado nutricional.1 Em 2006, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) apontou prevalencia de 20,9% deste agravo entre menores de 60 meses.3

As diversas consequencias da anemia e da deficiencia de ferro, somadas as dificuldades de controle e trata-mento, estimulam a busca de identificaccao das razoes para as altas prevalencias e de seus potenciais fatores de risco, no intuito de orientar as políticas públicas.2,4 Até o presente momento, os programas de intervenccao, que englobam prevenccao e tratamento de doenccas carenciais de ferro pela suplementaccao medicamentosa e enriqueci-mento de alimentos, parecem nao ser efetivos ou suficientes para a reversao do quadro epidemiológico desses agravos, dada as elevadas prevalencias observadas. A imperfectivi-dade destes programas pode estar ligada a complexidade

da participaccao de outros fatores no surgimento da anemia, dentre eles, a deficiencia de retinol.4,5

Os baixos níveis de retinol levam á deficiencia de vitamina A, que atinge 140 milhoes de crianccas com menos de cinco anos de idade em todo o mundo, 127 milhoes somente na idade pré-escolar.6,7 Diversos estudos epidemiológicos mostram a interaccao significativa entre a deficiencia de retinol e a ocorrencia da anemia. Mariath et al.,8 por exemplo, demonstraram existir uma relaccao entre o estado nutricional de retinol e o ferro sérico em crianccas com até 10 anos de idade em Santa Catarina. Já um estudo com pré-escolares brasileiros observou associaccao entre valores séricos de hemoglobina com os de retinol.9

Acredita-se que a deficiencia de retinol diminua a dispo-nibilidade dos estoques de ferro dos macrófagos e do fígado para a eritropoiese e, consequentemente, para a síntese de hemoglobina. Alguns estudos apontam que esta relacao está ligada a um aumento da expressao de hepcidina, um hormónio hepático que regula o processo de disponibili-dade dos estoques ferro. Altas concentracoes de hepcidina fazem com que haja uma internalizacao e degradacao lisos-somal das ferroportinas, proteínas transmembranares que permitem a mobilizacao do ferro para a corrente sanguínea. Como nao há ferro circulante disponível, a producao de eritrocitos é prejudicada, levando á anemia. No entanto, este processo metabólico ainda é hipotético, nao havendo conclusoes inequívocas.10,11

A partir do exposto, este estudo objetivou analisar a ocorrencia de anemia e de deficiencia de ferro em criancas entre 1 e 5 anos de idade e a associacao destes desfechos com a deficiencia de retinol. Espera-se, assim, contribuir para

programas de Saúde Pública concernentes á prevencao e ao tratamento da deficiencia de ferro e da anemia.

Métodos

Trata-se de um estudo observacional analítico do tipo transversal, realizado no municipio de Vitoria - ES, com criancas entre 1 e 5 anos de idade, nos meses de abril a agosto de 2008. A mobilizacao para a coleta de dados foi realizada por Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Estes convidaram os pais ou responsáveis legais das criancas da referida faixa etária a se apresentarem á Unidade Básica de Saúde (UBS) de sua área de insercao. Foram incluidas no estudo somente as criancas que compareceram á UBS na data agendada.

O municipio de Vitoria é dividido em oito regioes administrativas - Jardim Camburi, Maruípe, Sao Pedro, Santo Antonio, Jucutuquara/Bento Ferreira, Continental, Praia do Canto e Centro - que, por sua vez, sao divididas em 28 áreas de saúde, cada uma representada por uma UBS. A populacao de criancas com idades entre 1 e 5 anos no municipio é estimada em 26.967.12 A partir dessas informacoes e assu-mindo uma prevalencia de anemia de 37,3%,13 um erro a de 5% e um poder do teste de 95%, foi realizado o cálculo amostral14 e estabeleceu-se um mínimo de 395 criancas para o estudo, distribuido de modo proporcional entre as regioes administrativas. Este número foi atingido para quase todas as regioes do municipio, exceto para Praia do Canto (número amostral estipulado: 42; número amostral alcancado: 23) e Jardim Camburi (número amostral estipulado: 33; número amostral alcanccado: 26).

As criancas incluidas no estudo eram aparentemente saudáveis, segundo a percepccao dos pais ou responsáveis e a avaliacao clinica geral. A coleta de dados foi efetu-ada nas UBS por uma equipe treinada de nutricionistas, academicos do Curso de Nutricao e técnicos de enferma-gem. As criancas estavam acompanhadas por seus pais ou responsáveis. Aplicou-se um questionário estruturado, que contemplou dados sociodemográficos, económicos e dietéticos. Em seguida, procedeu-se a avaliacao antropométrica e bioquimica das criancas.

Dentre os dados sociodemográficos e económicos, foram avaliados: a idade da criancca, prematuridade, sexo, idade materna, número de pessoas na familia e classe social. Considerou-se uma crianca prematura se esta tivesse nascido com menos que 37 semanas de gestacao (SG), prematura limitrofe entre 37 e 38 SG, e a termo com mais que 38 SG. Para avaliacao da classe social, utilizou-se questioná-rio adaptado do Censo de 2000,15 composto por uma lista de dez bens de consumo e informaccao sobre o grau de instruccao do chefe de familia. Estes itens foram pontuados segundo o preconizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tistica (IBGE) e permitiu classificar as criancas em estratos sociais.15

O consumo alimentar foi avaliado por meio de um Ques-tionário de Frequencia Alimentar (QFA) semiquantitativo, elaborado exclusivamente para o estudo e nao validado, composto de 62 alimentos representantes de sete grupos alimentares (Cereais, tubérculos, raizes e derivados; Leguminosas; Frutas e sucos de frutas naturais; Legumes e verduras; Leite e derivados; Carnes e ovos; Óleos, gorduras e sementes oleaginosas) do Guia alimentar para a populacao

brasileira.16 Este questionário contemplou a quantidade de alimentos consumidos, em medidas caseiras, e a frequencia deste consumo (diário, semanal, quinzenal, mensal, raro ou nunca/inexistente).

Os dados de frequencia alimentar foram transformados em quantidade de consumo diário, segundo metodologia proposta por Costa et al.17 Os alimentos assinalados com frequencia ''diária'' foram quantificados de acordo com a medida caseira relatada; para os alimentos classificados com consumo ''raro'' ou ''nunca/inexistente'' atribuiu-se valor zero; e para os assinalados com consumo semanal, quinze-nal ou mensal a quantidade relatada foi dividida por sete, 15 ou 30, respectivamente.17

A análise dos dados de consumo alimentar foi realizada com o auxilio do programa de Nutricao DietWin®, versao profissional 2008 (DietWin softwares, Rio Grande do Sul), e permitiu obter as calorias diárias ingeridas, bem como dados dietéticos de proteína, ferro e vitamina A. A primeira variável foi categorizada em < 1.500kcal, entre 1.500 kcal e 3.000kcal e > 3.000kcal. A ingestao de proteína foi clas-sificada em adequada, insuficiente e excessiva, segundo critérios do Institute of Medicine - IOM.18

O consumo de micronutrientes foi avaliado de modo qualitativo18 em: valores de ingestao inferior á estimated average requirement (EAR, necessidade média estimada), ingestao entre a EAR e a recommended dietary allowances (RDA, quota dietética recomendada), e ingestao superior á RDA.

A EAR caracteriza-se como o valor médio de inges-tao diária estimado para atender ás necessidades de 50% de individuos saudáveis, e a RDA representa a quantidade do nutrientes suficiente para atender ás neces-sidades de aproximadamente 97% a 98% dos individuos saudáveis.18

A avaliacao antropométrica incluiu as medidas de peso e de altura, aferidas conforme técnicas recomendadas pelo Sistema de Vigilancia Alimentar e Nutricional - SISVAN.19 A partir destas medidas, foram obtidos os índices Estatura--por-Idade e o Índice de Massa Corporal (IMC)-por-Idade, avaliados pelas curvas de crescimento da OMS20 e segundo os pontos de corte propostos pelo Ministério da Saúde.19 Cabe ressaltar que, neste estudo, os individuos classificados como em risco para sobrepeso foram considerados eutróficos.

A avaliacao bioquimica consistiu na investigacao do estado nutricional do ferro, com mensuraccao de concentracao sérica de ferritina, hemoglobina e retinol. Para isso, 3 mL de sangue foram coletados por técnicos de enfermagem.

A ferritina foi dosada por ensaio imunométrico quimiolu-minescente e utilizando-se o aparelho Inmulite® (Siemens, Erlangen, Alemanha), em um laboratório especifico da Faculdade Salesiana de Vitória. Definiu-se deplecao dos estoques de ferro quando as concentrares de ferritina esti-veram menores do que 12 ^g/L.21

Já para a avaliacao da concentracao de hemoglobina, cerca de 30 ^L do sangue coletado foi depositado em uma microproveta descartável para a leitura do aparelho de fotometria portátil Hemocue® (Hemocue, Angelholm, Suécia). Classificou-se anemia quando os valores de concentracao de hemoglobina se apresentaram abaixo de 11,0 g/dL21 e quando a depleccao dos estoques de ferro foi confirmada pela avaliacao da concentracao sérica de ferritina.1

Os níveis de retinol sérico foram classificados segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, que determina valores inferiores a 0,70 ^mol/L como baixa concentracao de vitamina A.22 Sua mensuracao foi realizada utilizando-se o método espectrofotométrico em laboratorio específico.

Destaca-se que, para todas as criancas, foi investigado o uso de suplementos nutricionais.

Todos os dados foram tabulados em planilha no programa Excel® (Microsoft Excel, Washington, EUA) e tiveram sua consistencia interna avaliada. A análise descritiva contemplou a categorizacao das variáveis e a obtencao das distributes de frequencias. Para análise inferencial utilizou-se a Regressao de Poisson com variancia robusta e a Correlacao de Spearman. O ajuste final do modelo mul-tivariado de Regressao de Poisson foi realizado por meio do Goodness-of-fit test. As variáveis relacionadas ao estado nutricional de ferro foram determinadas como dependentes, a deficiencia de retinol sérico como variável independente e as variáveis relacionadas ás condicoes sociodemográficas, económicas, consumo alimentar e estado nutricional como variáveis de ajuste. As análises estatísticas foram realizadas com auxilio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versao 17.0 (SPSS Statistics para Windows, Versao 17.0, Chicago, EUA) e do STATA 11.0 (Stata Statistical Software: College Station, TX: StataCorp LP), com nivel de significancia de 5% (p<0,05).

Os pais ou responsáveis pelas criancas assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido após explanacao dos objetivos e mensuracoes do estudo. Destacare que as criancas diagnosticadas com anemia durante o estudo foram encaminhadas para o tratamento na UBS mais próxima de sua residencia. A pesquisa foi aprovada pelo Comité de Ética em Pesquisa da Faculdade Salesiana de Vitória e atendeu ás recomendaccoes éticas da resoluccao 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados

A amostra (n = 692) apresentou-se homogénea quanto ao sexo (52,3% de meninas), e foi composta, em sua maioria, por criancas com idade entre 24 e 48 meses (53%). Verificou--se 7,4% de déficit estatural e 22,9% de excesso de peso. As classes sociais C (45,9%) e D + E (46,5%) foram as mais frequentes (tabela 1).

Detectou-se anemia, deficiencia de ferro e deficiencia de retinol em 15,7%, 28,1% e 24,7% das criancas, respectivamente. O consumo alimentar de ferro ficou abaixo da EAR em 14,8% da amostra, e 83,4% das criancas ingeriram vitamina A acima do valor da RDA (tabela 2).

A análise univariada evidenciou maior ocorrencia de anemia (RP: 4,62; IC95%: 3,36; 6,34) e de deficiencia de ferro (RP:4,51; IC95%: 3,30; 6,17) em criancas que apresentavam deficiencia de retinol (tabela 3).

A correlaccao de Spearman mostrou relaccao positiva e moderada entre os valores de ferritina sérica vs. retinol (r = 0,597 p< 0,001), e relacao positiva e forte entre os valores de hemoglobina vs. retinol (r = 0,770 p<0,001) (fig. 1).

Após ajuste pelas variáveis sociodemográficas, económicas, antropométricas e dietéticas, a influencia da deficiencia de retinol sérico sobre a anemia e a deficiencia de ferro se manteve. A prevalencia de anemia e de

Tabela 1 Características sociodemográficas, económicas e antropométricas da populacao em estudo

Variável n Frequencia (%)

Idade em meses

12 - I 24 154 22,3

24 - I 48 367 53,0

48 - I 60 171 24,7

Feminino 362 52,3

Masculino 330 47,7

Prematuridade

Termo (> 38 SG) 609 88,0

Prematuridade 48 6,9

limítrofe (37 a

38 SG)

Prematuridade 35 5,1

(< 37 SG)

Classificacao estatura-por-idadea

Baixo 51 7,4

Adequado 639 92,6

Classificacao IMC-por-idadeb

Magreza 22 3,2

Eutrofia 509 73,9

Sobrepeso 144 20,9

Obesidade 14 2,0

Idade materna

Adolescente 37 5,9

Adulta 591 94,1

Número de pessoas na familia

0 - I 4 343 50,4

>4 338 49,6

Classe social

A + B 52 7,6

C 317 45,9

D + E 321 46,5

SG, semanas gestacionais; IMC, índice de massa corporal.

a Estatura baixa para a idade quando escore-z < -2; estatura adequada para a idade quando escore-z > -2.

b Magreza quando escore-z < -2; eutrofia quando escore-z entre -2 e +2; sobrepeso quando escore-z entre +2 e +3; obe-sidade quando escore-z > +3.

deficiéncia de ferro entre as criancas que apresentaram defi-ciéncia de retinol foi 3,96 (IC95%: 2,62; 6,00) vezes maior em relacao áquelas que nao possuíam estado nutricional de retinol alterado (tabela 3).

Discussao

Este estudo investigou a ocorréncia de anemia e de deficiéncia de ferro e a associacao destas com os níveis de retinol em criancas de 1 a 5 anos de idade da cidade de Vitoria (ES). Os resultados indicaram associacao positiva da deficiéncia sérica de retinol com a presenca de anemia e de deficiéncia de ferro, independentemente das variáveis sociodemográficas, económicas, antropométricas e dietéticas.

r=0,597 p<0,001 O o r=0,770 p<0,001 O O

o0 o o 1,50 - o o0 O

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20,00 30,00

Ferritina sérica (^g/L)

10,00 12,00 14,00

Hemoglobina sérica (g/dL)

Figura 1 Diagramas de correlacao de retinol sérico (^mol/L) com ferritina sérica (|xg/L) e hemoglobina sérica (g/dL).

Tabela 2 Características de saúde e dietéticas da populaçao em estudo

Tabela 3 Associaçao da anemia e a deficiência de ferro com a deficiência de retinol na populaçao em estudo

Variável n Frequência (%)

Uso de suplementos

Nao 538 81,9

Sulfato ferroso 73 11,1

Multivitamínico 33 5,0

Outros 13 2,0

Anemia

Sim 104 15,7

Nao 557 84,3

Deficiencia de ferro

Sim 105 28,1

Nao 269 71,9

Deficiencia de retinol

Sim 92 24,7

Nao 281 75,3

Consumo alimentar de energia

< 1.500 kcal 214 46,0

1.500 - I 3.000kcal 223 48,0

> 3.000 kcal 28 6,0

Consumo alimentar de proteína

Insuficiente 1 0,2

Adequado 321 69,0

Excessivo 143 30,8

Consumo alimentar de ferro

< EAR 72 14,9

> EAR < RDA 281 57,9

> RDA 132 27,2

Consumo alimentar de vitamina A

< EAR 55 11,3

> EAR < RDA 26 5,3

> RDA 406 83,4

Variável independente Deficiência de Retinol Variáveis dependentes

Anemia Deficiência de Ferro

Análise univariada

RP 4,62 4,51

IC (95%) 3,36 - 6,34 3,30 - 6,17

Valor p < 0,001 < 0,001

Análise multivariada

RPa 3,96 3,96

IC (95%) 2,62 - 6,00 2,62 - 6,00

Valor p < 0,001 < 0,001

EAR, estimated average requirement; RDA, recommended dietary allowance.

RP, razâo de Prevalência; IC, intervalo de confiança. a Coeficientes ajustados pelas variáveis sociodemográficas, económicas, antropométricas e dietéticas. Valor de ajuste do teste p > 1,00.

Nota: Coeficiente de Regressâo de Poisson com variância robusta, tendo anemia ferropriva (hemoglobina + ferritina) e deficiência de ferro (ferritina) como variáveis dependentes e retinol sérico (^mol/L) como variável independente.

A anemia e a deficiencia de ferro foram encontradas em 15,7% e 28,1% das chancas, respectivamente. Estudos de prevalencia no Brasil demonstram grande variacao em relacao a esses dados. Cardoso et al.23 encontraram 10,3% de anemia e 45,4% de deficiencia de ferro entre criancas de 6 meses a 10 anos na regiao amazónica. No Rio Grande do Sul, os achados foram 58,8% e 90,3%, respectivamente, entre criancas de 12 a 16 meses.24 Já Mariath et al.8 identificaram 16,7% de deficiencia de ferro entre criancas com até 10 anos de idade em Itajaí (SC). Essas discrepancias sao justificáveis tendo em vista as diversas definicoes de anemia e de deficiencia de ferro adotadas nos estudos e os múltiplos fatores que explicam a ocorrencia destes desfechos, a exemplo da idade da chanca, escolaridade materna, renda familiar, indicadores antropométricos, entre outros.4

A prevalência encontrada para a deficiéncia de retinol foi 24,7%. Similarmente à ocorrência de anemia, a deficiéncia de retinol apresenta grande amplitude na literatura. Netto et al.,25 em estudo com criancas no estado da Paraíba, verificaram 39,6% de ocorrência de deficiéncia de vitamina A, enquanto Cardoso et al.23 detectaram 14,2% na regiäo amazónica. As variacoes encontradas entre os estudos ocor-rem principalmente devido à condicäo da regiâo ser ou näo endémica para esta deficiéncia e à condicäo socioeconómica

da amostra.4,25

Cabe destacar ainda que, pelo fato de a populaçâo do estudo ser predominantemente formada pelas classes soci-ais C, D e E, eram esperadas prevaléncias mais elevadas de anemia e de deficiéncias de ferritina e de retinol. Isso se deve ao fato de o baixo nível socioeconómico impactar negativamente no consumo alimentar e nas condicoes de moradia e de saúde das criancas.1

A relaçâo positiva encontrada entre a deficiéncia de retinol e a ocorréncia de anemia e de deficiéncia de ferro corrobora os achados de estudos experimentais e epidemiológicos. Acredita-se que o estado nutricional alterado de vitamina A näo interfira no processo absortivo do ferro, mas sim na sua mobilizaçâo em nível hepático.9,26 Citelli et al.,11 em experimentos com ratos e cultura celular, constataram uma relacäo entre os níveis de vitamina A e os fatores de transcricäo de genes de proteínas ligadas à biodisponibili-dade de ferro. Os resultados apontaram que a deficiéncia sérica do retinol aumentou a expressäo da hepcidina e afetou diretamente a mobilizacäo hepática do estoque do mineral necessário para a eritropoiese. Os mesmos resultados foram encontrados em avaliacoes epidemiológicas.8,23,27

Uma vez comprovada a associacäo desses dois minerais, ao se analisar a evolucäo da anemia e da deficiéncia de ferro no público infantil, é possível notar que as prevaléncias se mantiveram altas mesmo com o avanço da medicina. Hoje se sabe que o tratamento medicamentoso utilizado para a reversäo destes quadros tem impactado positivamente na saúde das criancas; no entanto, este tratamento, iso-ladamente, näo conseguiu solucionar o problema de saúde pública da anemia e deficiéncia de ferro. Os motivos perpas-sam pela baixa adesäo ou abandono ao tratamento causados pelos diversos efeitos colaterais do suplemento,28,29 ou ainda pela influéncia de outros fatores, como a deficiéncia de vitamina A.

Alguns estudos demonstraram que a suplementacäo de ferro concomitante à suplementacäo de vitamina A redu-ziu significantemente a anemia,7 e o achado se manteve mesmo com a oferta isolada de vitamina A.26 Acredita-se que esta suplementacäo possa melhorar o metabolismo do ferro, suprimir o processo infeccioso, estimular a síntese de transferrina e exercer efeito positivo na elevacäo dos níveis hematológicos do ferro.9,10 Assim, com o aprimoramento das formas de tratamento, pode ser possível melhorar o estado do ferro das criancas no Brasil.

Como limitacäo do estudo, destaca-se o corte do tipo transversal, que impossibilita a compreensäo de relacäo de causa e efeito. Tem-se ainda que a amostra näo foi representativa do município de Vitória e foi composta somente pelas criancas que compareceram às UBS na data agendada para a coleta de dados. Apesar de estas características limi-tarem a extrapolacäo dos dados, a forca e a significância das associates obtidas, que se mantiveram após ajuste por

possíveis variáveis de confusao, pressupóem que os achados sejam reais.

O estudo falhou ainda em nao excluir as hemoglobinopa-tias, que poderiam ter sido confundidas com anemia, e por nao ter realizado controle com PCR (Proteína C-reativa) para deteccao de infeccóes nao aparentes, o que pode ter gerado uma superestimacao da prevaléncia da anemia. E, por fim, nao se adotou um QFA validado na literatura. Entretanto, o mesmo foi desenhado considerando os principais alimentos do Guia alimentar para a populacao brasileira16 e, por isso, espera-se que tenha contemplado os itens alimentares consumidos pela populaccao em estudo.

A partir dos resultados encontrados, é possível concluir que a anemia e a deficiéncia de ferro mostraram-se associ-adas com baixos níveis de retinol em criancas de 1 a 5 anos, e houve correlacao positiva dos níveis de retinol com os de ferritina sérica e hemoglobina. Os achados tornam importantes as iniciativas que estimulam o desenvolvimento de novos tratamentos e ampliacao de pesquisas em relacao á deficién-cia de retinol, a fim de auxiliar na reduccao, em longo prazo, dos problemas hematológicos relacionados á deficiéncia do ferro.

Financiamento

Fundacao de Apoio á Ciéncia e Tecnologia do Espírito Santo (FAPES).

Conflitos de interesse

Os autores declaram nao haver conflitos de interesse. Referencias

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