Scholarly article on topic 'O cancro colorretal e o rastreio: conhecimentos e atitudes dos portuenses'

O cancro colorretal e o rastreio: conhecimentos e atitudes dos portuenses Academic research paper on "Educational sciences"

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OECD Field of science
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{"Cancro colorretal" / Prevenção / Rastreio / "Pesquisa de sangue oculto nas fezes" / Colonoscopia / "Colorectal Cancer" / Prevention / Screening / "Fecal Occult Blood Testing" / Colonoscopy}

Abstract of research paper on Educational sciences, author of scientific article — Silvia Esteves Alves do Forno, F. Castro Poças, Maria Eduarda Gomes Domingues dos Santos Matos

Resumo Introdução Se, por um lado, o cancro colorretal é um problema de saúde mundial que mata cerca de 600 000 indivíduos por ano, por outro, é o tumor maligno mais suscetível de ser prevenido. Objetivos Investigar conhecimentos e atitudes em relação ao cancro colorretal e ao seu rastreio de forma a identificar fatores que possam contribuir para a baixa adesão ao mesmo. Métodos Aplicação de 696 questionários com questões sobre: dados sociodemográficos, conhecimentos, atitudes, comportamentos e informação sobre o cancro colorretal. Amostra selecionada por quotas, de acordo com a proporção de indivíduos de ambos os sexos, a partir dos 40 anos, residentes em cada uma das 15 freguesias da cidade do Porto. Resultados A maioria dos inquiridos (63,2%) conhecia, pelo menos, um dos principais exames de rastreio, de onde se destacou a associação positiva entre este conhecimento e a fonte de informação «médicos e enfermeiros», com 10,51 vezes mais respostas corretas. A população em geral tinha uma atitude positiva em relação à utilidade dos exames de rastreio do cancro colorretal, com 49,7% dos inquiridos a atribuir a pontuação máxima à sua utilidade. Apenas 20,4% dos indivíduos tinha uma atitude positiva em relação à realização de exames de rastreio do cancro colorretal, tendo realizado, pelo menos, um exame; esta atitude foi associada de forma significativa, unicamente, com a recomendação de, no mínimo, um exame de rastreio. Conclusões Os portuenses evidenciaram poucos conhecimentos quanto ao rastreio do cancro colorretal, mas mostraram-se recetivos ao mesmo. Contudo, a percentagem de indivíduos com práticas anteriores de rastreio foi reduzida, relacionada com a falta de recomendação médica de exames. Os médicos e enfermeiros tiveram influência positiva como fonte de informação sobre o cancro colorretal. Evidenciou-se a necessidade de investir tanto na prevenção primária, através de educações para a saúde sobre o cancro colorretal e o seu rastreio, como na prevenção secundária, através do acesso gratuito ao rastreio a todos os cidadãos. Abstract Introduction If, on one hand, the Colorectal Cancer is a worldwide health problem that kills around 600,000 people each year, on the other hand, it's the malignant tumor that is most likely to be prevented. Objectives To investigate knowledge and attitudes towards Colorectal Cancer and its screening in order to identify the factors that may contribute to its low acceptance. Methods Application of 696 questionnaires with questions about: socio-demographic data, knowledge, attitudes, behaviors and information on Colorectal Cancer. Sample selected by quotas, according to the proportion of individuals of both sexes, from the age of 40, resident in each of the 15 parishes of Oporto. Results Most respondents (63.2%) knew at least one of the main screening tests, of which we highlight the positive association between this knowledge and the information source “doctors and nurses” with 10.51 times more correct answers. The population in general had a positive attitude towards the utility of screening tests for Colorectal Cancer, with 49.7% of the respondents assigning the highest score on their usefulness. Only 20.4% of the individuals had a positive attitude towards having screening tests for Colorectal Cancer, having had at least one test; this attitude was significantly associated only with the recommendation for having at least one screening test. Conclusions Despite having showed little knowledge about the Colorectal Cancer screening, the population from Oporto was receptive to it. However, the percentage of individuals with past practice of screening was reduced, related to the lack of medical recommendation for tests. Doctors and nurses had a positive influence as a source of information on Colorectal Cancer. It became evident the need to invest in both primary prevention, through health educations on Colorectal Cancer and its screening, and secondary prevention, through the free screening to all citizens.

Academic research paper on topic "O cancro colorretal e o rastreio: conhecimentos e atitudes dos portuenses"

GE J Port Gastrenterol. 2012;19(3):118-125

Jornal Portugués de

L Gastrenterologia

Portuguese Journal of Gastroenterology

www.elsevier.pt/ge

ARTIGO ORIGINAL

O cancro colorretal e o rastreio: conhecimentos e atitudes dos portuenses

Silvia Esteves Alves do Forno3*, F. Castro Pocasab e Maria Eduarda Gomes Domingues dos Santos Matosc

a Servico de Gastrenterologia, Hospital Santo Antonio, Porto, Portugal

b Departamento de Medicina, Instituto de Ciencias Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Porto, Portugal c Departamento de Saúde Comunitaria, Instituto de Ciencias Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Porto, Portugal

Recebido a 21 de junho de 2011; aceite a 9 de setembro de 2011 Disponível na Internet a 14 de junho de 2012

PALAVRAS-CHAVE

Cancro colorretal;

Prevencao;

Rastreio;

Pesquisa de sangue oculto nas fezes; Colonoscopia

Resumo

íntroducao: Se, por um lado, o cancro colorretal é um problema de saúde mundial que mata cerca de 600 000 individuos por ano, por outro, é o tumor maligno mais suscetível de ser prevenido.

Objetivos: Investigar conhecimentos e atitudes em relacao ao cancro colorretal e ao seu rastreio de forma a identificar fatores que possam contribuir para a baixa adesao ao mesmo. Métodos: Aplicacao de 696 questionários com questoes sobre: dados sociodemográficos, conhecimentos, atitudes, comportamentos e informacao sobre o cancro colorretal. Amostra selecionada por quotas, de acordo com a proporcao de individuos de ambos os sexos, a partir dos 40 anos, residentes em cada uma das 15 freguesias da cidade do Porto. Resultados: A maioria dos inquiridos (63,2%) conhecia, pelo menos, um dos principais exames de rastreio, de onde se destacou a associaccao positiva entre este conhecimento e a fonte de informacao «médicos e enfermeiros», com 10,51 vezes mais respostas corretas. A populacao em geral tinha uma atitude positiva em relacao a utilidade dos exames de rastreio do cancro colorretal, com 49,7% dos inquiridos a atribuir a pontuacao máxima a sua utilidade. Apenas 20,4% dos individuos tinha uma atitude positiva em relacao a realizacao de exames de rastreio do cancro colorretal, tendo realizado, pelo menos, um exame; esta atitude foi associada de forma significativa, unicamente, com a recomendacao de, no mínimo, um exame de rastreio. Conclusoes: Os portuenses evidenciaram poucos conhecimentos quanto ao rastreio do cancro colorretal, mas mostraram-se recetivos ao mesmo. Contudo, a percentagem de individuos com práticas anteriores de rastreio foi reduzida, relacionada com a falta de recomendacao médica de exames. Os médicos e enfermeiros tiveram influencia positiva como fonte de informacao sobre o cancro colorretal. Evidenciou-se a necessidade de investir tanto na prevencao primária, através de educacoes para a saúde sobre o cancro colorretal e o seu rastreio, como na prevencao secundária, através do acesso gratuito ao rastreio a todos os cidadaos. © 2011 Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. Publicado por Elsevier España, S.L. Todos os direitos reservados.

Artigo relacionado com: http://dx.doi.org/10.1016/j.jpg.2012.05.001

* Autor para correspondencia. Correioeletrónico: fornosilvia@gmail.com (S. Esteves Alves do Forno).

0872-8178/$ - see front matter © 2011 Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. Publicado por Elsevier España, S.L. Todos os direitos reservados. http://dx.doi.org/10.1016/j.jpg.2012.04.010

The colorectal cancer and the screening: Portuenses' knowledge and attitudes Abstract

Introduction: If, on one hand, the Colorectal Cancer is a worldwide health problem that kills around 600,000 people each year, on the other hand, it's the malignant tumor that is most likely to be prevented.

Objectives: To investigate knowledge and attitudes towards Colorectal Cancer and its screening in order to identify the factors that may contribute to its low acceptance. Methods: Application of 696 questionnaires with questions about: socio-demographic data, knowledge, attitudes, behaviors and information on Colorectal Cancer. Sample selected by quotas, according to the proportion of individuals of both sexes, from the age of 40, resident in each of the 15 parishes of Oporto.

Results: Most respondents (63.2%) knew at least one of the main screening tests, of which we highlight the positive association between this knowledge and the information source ''doctors and nurses'' with 10.51 times more correct answers. The population in general had a positive attitude towards the utility of screening tests for Colorectal Cancer, with 49.7% of the respondents assigning the highest score on their usefulness. Only 20.4% of the individuals had a positive attitude towards having screening tests for Colorectal Cancer, having had at least one test; this attitude was significantly associated only with the recommendation for having at least one screening test.

Conclusions: Despite having showed little knowledge about the Colorectal Cancer screening, the population from Oporto was receptive to it. However, the percentage of individuals with past practice of screening was reduced, related to the lack of medical recommendation for tests. Doctors and nurses had a positive influence as a source of information on Colorectal Cancer. It became evident the need to invest in both primary prevention, through health educations on Colorectal Cancer and its screening, and secondary prevention, through the free screening to all citizens.

© 2011 Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia Published by Elsevier España, S.L. All rights reserved.

KEYWORDS

Colorectal Cancer;

Prevention;

Screening;

Fecal Occult Blood

Testing;

Colonoscopy

Introdujo

Segundo dados da International Agencyfor Research on Cancer, o cancro colorretal (CCR) está entre os cancros mais frequentes a nível mundial, tendo registado 1 235 108 novos casos e 609 051 óbitos, no ano de 20081. Em Portugal, a mor-talidade por CCR tem aumentado nas últimas décadas. Em 1999, contribuiu com cerca de 13% da mortalidade por cancro, percentagem que determinou, pela primeira vez entre nós, que o CCR fosse a principal causa de morte por cancro2.

O CCR é caracterizado por uma progressao lenta e uma fase benigna precursora longa que é dominada pelo adenoma de remocao fácil por meios endoscópicos3, o que torna o CCR o cancro do aparelho digestivo mais prevenível e um dos cancros mais preveníveis entre todos os outros4.

As recomendares de rastrear os individuos de risco padrao e de vigiar diferenciadamente os indivíduos com história familiar da doenca sao unánimes5, embora ainda nao exista um teste de rastreio totalmente aceite pela populacao e pelos profissionais de saúde6. Entre os portugueses, sao válidas as recomendares do Plano Nacional de Prevencao e Controlo das Doencas Oncológicas 2007-2010: pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF) em homens e mulheres dos 50 aos 74 anos e realizaccao de colonoscopia total na presencca de um teste positivo7.

O rastreio efetivo do CCR tem como potencial barreira o conhecimento inadequado da doenca e das várias opcoes de exames8. A atitude de rastreio resulta da validacao deste

conceito, ou seja, de que o cancro nao é um acontecimento isolado, mas um longo processo evolutivo desde a célula normal até á célula metastática, possibilitando intervencoes de modulaccao de fatores de risco e de identificaccao da doencca em fases iniciais ou mesmo das suas lesoes precursoras2. Neste sentido, o principal objetivo deste estudo foi investigar conhecimentos e atitudes quanto ao CCR e ao seu rastreio, de forma a identificar fatores que pudessem contribuir para as reduzidas taxas de rastreio.

Material e métodos

O estudo, do tipo observacional transversal, foi conduzido nos meses de janeiro e fevereiro de 2009, constituido por 696 individuos (0,5% da populacao alvo), com idade igual ou superior a 40 anos, residentes na cidade do Porto. O número total de inquiridos foi selecionado por quotas, de acordo com a proporccao de indivíduos em cada freguesia relativamente ao total de residentes da cidade do Porto. Foi concedida autorizaccao, pela Administraccao Regional de Saúde do Norte, para a aplicaccao dos questionários nos Centros de Saúde e Extensoes de Saúde da cidade do Porto. Posteriormente, os individuos foram inquiridos segundo uma amostra de conveniencia através de questionário escrito, anónimo e de preenchimento individual. A versao original deste questionário provém de um estudo italiano9, redigido na língua inglesa (realizada a traducao para a língua portuguesa e posterior retroversao para o ingles).

O questionário utilizado na colheita de dados foi dividido em 5 partes:

1. Características sociodemográficas: dados pessoais dos participantes como a idade, género, estado civil, agregado familiar, escolaridade, profissao, peso e altura, perceccao pessoal do estado atual de saúde e história pes-soal ou familiar de CCR. A perceccao do estado de saúde foi conseguida através da escala Ten-Point Likert-Type Scale, que oscila entre 1 e 10, inclusive, em que o 1 significa mau estado de saúde e o 10 indica muito bom estado de saúde.

2. Conhecimentos acerca do CCR: definiccao de CCR, fato-res de risco para o CCR e exames de rastreio para a prevenccao do CCR. Esta secccao exigiu respostas em vários formatos: resposta aberta para a definicao de CCR (foram aceites as respostas cancro, tumor ou neoplasia do reto ou do intestino); selecao da(s) resposta(s) correta(s) para os fatores de risco do CCR; «sim», «nao» ou «nao sei», para os exames de rastreio do CCR.

3. Atitudes relativas ao CCR: perceccao pessoal do risco de contrair CCR, perceccao pessoal acerca da utilidade dos exames de rastreio do CCR e relativamente á possibili-dade de prevenccao e de tratamento do CCR. A perceccao do risco de contrair CCR e da utilidade dos exames de rastreio foram avaliados segundo a escala Ten-Point Likert-Type Scale. No caso da percecao do risco de ter CCR, o 1 significa nenhum risco, enquanto o 10 denota elevado risco. Na perceccao da utilidade dos exames de rastreio o 1 designa nenhuma utilidade e o 10 traduz muita utilidade. As convicccoes sobre a prevenccao e o tratamento do CCR foram medidas através da escala Three-Point Likert-Type Scale, que varia entre 1 e 3, segundo a qual 1 significa «concordo», 2 «discordo» e 3 «incerto».

4. Comportamentos acerca dos cuidados de saúde: modificaccao dos hábitos alimentares ou de atividade física para prevenccao do CCR, exame(s) de rastreio recomendado(s) para a prevencao do CCR, participacao em atividade(s) de prevencao do CCR e se fez algum exame de rastreio do CCR. Este grupo de perguntas tinha respostas fechadas de escolha múltipla e de «sim» ou «nao».

5. Tipo de fonte de informacao sobre o CCR, com várias res-postas fechadas possíveis e a necessidade de obter mais informaccao referente ao CCR, com respostas de «sim» ou «nao».

A análise estatística foi conduzida em 2 etapas. Primeiro, procedeu-se á análise descritiva das variáveis em estudo através das frequencias e percentagens. Foram consideradas as variáveis presentes no questionário e, ainda:

• o conhecimento dos 2 principais fatores de risco modificá-veis para o CCR (baixa atividade física e a elevada ingestao de gorduras) - CFRM;

• o conhecimento de pelo menos um dos principais exames de rastreio do CCR: PSOF e/ou fibrosigmoidoscopia (PSF) e/ou colonoscopia - CER;

• a atitude positiva em relacao á realizacao de exames de rastreio: realizaccao de, pelo menos, um dos principais

exames de rastreio do CCR (PSOF e/ou PSF e/ou colo-

noscopia) --- APRER.

Relativamente ás variáveis escala, apresentaram-se também medidas de tendencia central e de dispersao. Posteriormente, foram efetuadas análises bivariadas de modo a testar possíveis associacoes entre as variáveis independen-tes apresentadas no questionário e as seguintes variáveis, consideradas como dependentes: CFRM, CER, APRER e atitude positiva em relaccao á utilidade dos exames de ras-treio do CCR - APUER (variável existente no questionário: percecao da utilidade dos exames de rastreio). Seguiram-se análises de regressao logística multivariadas a fim de identificar, num conjunto alargado de variáveis, quais as que contribuíam de forma independente e significativa para o resultado com o objetivo de obter um modelo predi-tivo. A importáncia de cada variável preditora foi avaliada segundo o teste de Wald. Para traduzir a diferencca entre proporccoes e quantificar a forcca da associaccao encontrada, apresentaram-se os valores de Odds Ratio (OR) e correspondentes Intervalos de Confianca (IC) a 95%.

Todas as análises foram executadas com o Statistic Package for the Social Sciences, versao 17,0, considerando testes de significáncia bilaterais e um erro de Tipo I de 5%10.

Resultados

As principais características do grupo em estudo sao apre-sentadas na tabela 1. A idade média dos participantes foi de 60 anos, 64,7% do sexo feminino, 71,3% com o nível básico de escolaridade, 2,3% com história pessoal e 12% com história familiar de CCR.

A tabela 2 resume os dados relativos ao nível de conheci-mento sobre os fatores de risco e estratégias de prevenccao do CCR. Apenas 40,5% dos respondentes foram capazes de dar a definicao de CRC. As percentagens de respostas cor-retas sobre os fatores de risco de CCR nao ultrapassaram os 52,2% para o fator de risco pólipos, seguido de 51,6% para elevada ingestao de gorduras, 46,8% para o tabaco, 42,8% para a história familiar de CCR e, por último, 29,9% para a baixa atividade física. Nos fatores de «nao» risco para o CCR houve grandes oscilaccoes, desde 80,2% para a ingestao de frutas e vegetais até 18,4% para as infeccoes intestinais. Relativamente ao conhecimento dos exames de rastreio do CCR, 50,6% dos indivíduos identificou corretamente a PSOF e, logo a seguir, 49,9% a colonoscopia.

A análise dos resultados relativos ás atitudes dos portuen-ses abrangeu a perceccao do risco e da utilidade dos exames de rastreio do CCR e a atitude em relaccao á prevenccao e ao tratamento do CCR (tabela 3). Na percecao individual do risco de contrair a doencca, mais de 50% dos inquiridos respondeu nao ter qualquer risco (1 valor) ou ter risco inter-médio (5 valores). Quanto á percecao acerca da utilidade dos exames de rastreio, quase metade dos indivíduos classi-ficou com a pontuaccao máxima. Relativamente á prevenccao e ao tratamento, 78,3% dos inquiridos concordaram que o CCR pode ser prevenido e 83,2% assentiram que o CCR pode ser tratado.

No que concerne á recomendaccao de exames de rastreio, a colonoscopia foi aconselhada a 21% dos participantes e a PSOF a uma minoria de 8,2%. Em relacao aos exames de

Tabela 1 Dados sociodemográficos e informacao adicional relevante

Variáveis n %

Idade 60,5 ±12,1

(40-91)*

Género

Feminino 450 64,7

Masculino 246 35,3

Estado civil

Casado 459 65,9

Outro (solteiro, 231 33,2

viúvo, divorciado)

Nao respondeu 6 0,9

Agregado familiar

0-1 340 48,9

2-3 264 37,9

4 ou + 68 9,8

Nao respondeu 24 3,4

Escolaridade

Analfabeto 22 3,2

Ensino Básico 496 71,3

Ensino Secundário 98 14,1

Ensino Superior 69 9,9

Nao respondeu 11 1,6

Profissao

Empregado, 172 24,7

artesao, comercial

Chefia 54 7,8

Outro 459 65,9

(desempregado,

reformado)

Nao respondeu 11 1,6

Peso abaixo da 7 1,0

média (magro)

Peso normal 241 34,6

Peso acima da 269 38,6

média

(sobrepesado)

Obesidade tipo i, ii 110 15,9

Nao respondeu 69 9,9

Perceçao do estado 5,73 ±2,6

de saúde (1-10)*

Historia pessoal de CCR

Sim 16 2,3

Nao 662 95,1

Nao respondeu 18 2,6

Historia familiar de CCR

Nao 594 85,3

Sim, familiar 65 9,3

em 1.° grau

Sim, familiar 19 2,7

em 2.° grau

Nao respondeu 18 2,6

* Média ± desvio (amplitude).

rastreio realizados, a colonoscopia foi efetuada por 13,2% dos individuos, seguida da PSOF, realizada por 9,8%. A maioria dos individuos (64,7%) referiu nunca ter realizado nenhum exame de rastreio do CCR.

De acordo com a análise descritiva das variáveis dependentes dos modelos estudados, no modelo 1 a baixa atividade fisica e a elevada ingestâo de gorduras foram identificados, em simultáneo, como os 2 principais fatores de risco modificáveis para o CCR apenas por 25,4%. No modelo 2, o conhecimento de, pelo menos, um dos principais exames de rastreio do CCR foi demonstrado pela maioria dos inquiridos (63,2%). Quanto ao Modelo 3, a atitude positiva em relaçâo à utilidade dos exames de rastreio do CCR foi evidenciada pela populaçâo em geral, visto que 49,7% da amostra atribuiu pontuaçcâo máxima à utilidade dos exames de rastreio do CCR (tabela 3). Por fim, no Modelo 4, a ati-tude positiva em relacçâo à realizaçcâo de exames de rastreio verificou-se em 20,4% dos individuos, os quais realizaram pelo menos um exame de rastreio do CCR.

Após selecionar as variáveis que tiveram significado estatistico na análise bivariada, procedeu-se ao estudo multivariado, do qual os resultados sâo apresentados na tabela 4.

Quanto ao modelo 1, das variáveis potencialmente significativas, o conhecimento da definicçâo de CCR foi a única associada ao CFRM (OR = 2,41; IC 1,64-3,55) (modelo 1, tabela 4). No modelo 2, referente à variável CER, grande parte das variáveis do questionário estiveram associadas significativamente: idade (quanto mais idade, menos conhe-cimento) (OR = 0,97; IC 0,94-0,99), nivel de escolaridade mais elevada (OR = 2,90; IC 1,16-1,18), ter conhecimento da definicâo de CCR (OR = 3,01; IC 1,67-5,43), ter uma maior percecâo do risco de CCR (OR = 1,38; IC 1,22-1,56), concordar com a existência de tratamento para o CCR (OR = 4,05; IC 1,41-11,59), recomendacâo de, pelo menos, um exame de rastreio (OR = 4,51; IC 2,01-10,11), todas as fontes de informaçcâo que obtiveram do CCR (principalmente médicos/enfermeiros) (OR = 10,51; IC 3,52-31,36) e a necessidade de mais informacâo sobre o CCR (OR = 2,89; IC 1,60-5,22) (modelo 2, tabela 4). No modelo 3, das 4 variáveis independentes selecionadas, apenas 2 foram associadas significativamente à APUER: conhecimento da definicâo do CCR (OR = 1,77; IC 1,03-3,02) e terem informaçâo sobre o CCR, tanto através dos médicos/enfermeiros (OR = 2,71; IC 1,19-6,19), como da comunicacâo social (OR = 2,42; IC 1,414,13) (modelo 3, tabela 4). Por último, o modelo 4, com a variável dependente APRER, apenas a recomendaçcâo de no minimo um exame de rastreio apresentou significado esta-tistico (OR = 10,03; IC 3,10-32,53) (modelo 4, tabela 4).

Discussâo

Apesar de, em Portugal, o rastreio do CCR estar dirigido à uma populaçcâo com idades entre os 50 e os 74 anos, o nosso estudo abrangeu individuos a partir dos 40 anos, sem idade limite máxima estabelecida, obtendo uma média de idades de 60 anos.

Consideramos a inclusâo destes individuos uma mais-valia, na medida em que acedemos aos conhecimentos e às atitudes, tanto dos que ainda nâo se encontravam em rastreio, valorizando a sensibilizaçcâo antecipada da

Tabela 2 Conhecimentos sobre o CCR

Variáveis Resposta correta Resposta incorreta Nao respondeu Nao sabia a resposta

n % n % n % n %

Definicao de CCR 282 40,5 113 16,2 301 43,2 - -

Fatores de risco

Pólipos 363 52,2 218 31,3 115 16,5 - -

História familiar 298 42,8 283 40,7 115 16,5 --

de CCR

Elevada 359 51,6 222 31,9 115 16,5 --

ingestao de

gorduras

Tabaco 326 46,8 255 36,6 115 16,5 --

Baixa atividade 208 29,9 373 53,6 115 16,5 --

física

Factores de «nao» risco

Deficiencia 468 67,2 114 16,4 11 16,4 --

em ferro

Contracetivos 517 74,3 64 9,2 115 16,5

Exposiccao a 395 56,8 185 26,6 116 16,7 --

radiacoes

Hipertensao 442 63,5 138 19,8 116 16,7 --

arterial

Infecccao 128 18,4 454 65,2 114 16,4 --

intestinal

Diabetes 368 52,9 213 30,6 115 16,5 --

Ingestao de 559 80,3 19 2,7 118 17,0 --

frutas e vegetais

Exames de rastreio

PSOF 352 50,6 25 3,6 152 21,8 167 24,0

PSF 131 18,8 41 5,9 240 34,5 284 40,8

Colonoscopia 347 49,9 24 3,4 118 17,0 207 29,7

CODC 214 30,7 57 8,2 187 26,9 238 34,2

Exames de «nao» rastreio

Análise de 105 15,1 204 29,3 174 25,0 213 30,6

sangue

Ecografia 68 9,8 223 32,0 211 30,3 194 27,9

abdominal

populaccao, como dos que, apesar de nao estarem em idade de rastreio efetivo, já foram, teoricamente, alvo do mesmo.

No ámbito dos conhecimentos acerca do CCR, os nossos resultados indicaram lacunas quanto á definiccao, aos fato-res de risco e aos exames de rastreio do CCR. A maioria dos inquiridos (cerca de 60%) nao conhecia uma definiccao válida de CCR. As percentagens de respostas corretas referentes ao conhecimento dos fatores de risco do CCR oscilaram entre os 29,9% para a baixa atividade física e os 52,2% para os pólipos. Menos de 1/3 dos portuenses associou a baixa atividade física ao risco de ter CCR, fracao reduzida para um dos principais fatores de risco modificáveis do CCR. A PSOF e a colonoscopia foram os 2 exames de rastreio mais relatados corretamente pelos inquiridos, com percentagens muito próximas (50,6 e 49,9%, respetivamente).

A análise dos resultados relativos ás atitudes dos portu-enses quanto á perceccao do risco e da utilidade dos exames de rastreio, á prevencao e ao tratamento do CCR foram, de

um modo geral, positivos. Os resultados quanto á percecao individual do risco de contrair CCR foram os menos satisfató-rios, com respostas situadas em 2 grandes grupos: perceccao de risco inexistente (1/4 das respostas) e de risco intermé-dio (1/5 das respostas), indicando uma fraca sensibilizacao para o risco pessoal de ter CCR. Quanto á perceccao acerca da utilidade dos exames de rastreio, quase metade dos indi-víduos classificou-o com a pontuacao máxima, o que indica uma atitude positiva para com os mesmos. Relativamente á prevenccao e ao tratamento, a grande maioria dos inquiridos concordou que o CCR pode ser prevenido (78,3%) e assentiu que o CCR pode ser tratado (83,2%). Ou seja, os portuenses pareceram estar recetivos aos exames de rastreio do CCR na medida em que demonstraram uma boa perceccao da utilidade dos mesmos e que acreditam na sua prevenccao e tratamento.

Quanto aos exames de rastreio, a colonoscopia foi o exame mais recomendado pela classe médica e

Tabela 3 Atitudes em relacâo ao CCR

Variáveis n %

Perceçao do risco de ter CCR

3,96±2,62 (1-10)'

1 167 24,0

2 39 5,6

3 40 5,7

4 34 4,9

5 142 20,4

6 34 4,9

7 35 5,0

8 24 3,4

9 8 1,1

10 24 3,4

Nâo respondeu 149 21,4

Percecâo da utilidade exames rastreio

8,49±2,39 (1-10)'

1 13 1,9

2 9 1,3

3 10 1,4

4 7 1,0

5 61 8,8

6 17 2,4

7 23 3,3

8 36 5,2

9 50 7,2

10 346 49,7

Nâo respondeu 124 17,8

«O CCR pode ser prevenido»

Concordo 545 78,3

Discordo 8 1,1

Incerto 97 13,9

Nao respondeu 46 6,6

«O CCR pode ser tratado»

Concordo 579 83,2

Discordo 3 0,4

Incerto 60 8,6

Nao respondeu 54 7,8

* Média ± desvio (amplitude).

também o exame mais realizado pela nossa amostra. Quer isto dizer que os profissionais de saúde nâo se regem pelo consignado no Plano Nacional de Prevencçâo e Controlo das Doenças Oncológicas, recomendando preferencialmente a colonoscopia e nâo a PSOF como exame de rastreio para o CCR. Situacâo semelhante verificou-se num estudo realizado em Portugal Continental11, em que 65% dos inquiridos respondeu ter realizado endoscopia nos últimos 5 anos e apenas 35% PSOF.

No modelo 1, nâo se identificou associaçcâo estatistica-mente significativa entre os individuos com CFRM e um grau de escolaridade elevado, praticantes de atividade fisica, que mudaram hábitos alimentares e com hábitos de atividade fisica, conforme se esperava. Já o resultado da regressâo de um estudo realizado no sul de Itália9 com uma amostra de 595 individuos, para o qual foi construido semelhante modelo, obteve significado estatistico para as 4 variáveis mencionadas. Uma possivel justificacâo seria a

diferenca entre as amostras quanto à escolaridade (italianos melhor instruidos).

Em relaçcâo ao modelo 2, quanto à recomendaçcâo de, pelo menos, um exame de rastreio, os individuos responderam 4 vezes e meia mais corretamente ao CER do que os individuos aos quais nunca foi recomendado nenhum exame. Este resultado constitui nâo só um fator de alerta para os profissionais de saúde, mas também uma confirmaçâo de que vale a pena informar, na medida em que as recomendaçöes de rastreio estâo intrinsecamente relacionadas com os conhecimentos dos participantes. No que diz respeito à fonte de informaçcâo sobre o CCR, os inquiridos que responderam «médicos e enfermeiros» tiveram 10,5 vezes mais respostas corretas ao CER do que os individuos sem informaçâo nenhuma sobre o CCR, realcando a forte influência positiva dos médicos e enfermeiros. Os individuos que reconheceram a necessidade de obter mais informacâo sobre o CCR tiveram 2,8 vezes mais respostas acertadas no CER do que os individuos que nâo responderam ou que responderam nâo necessitar de mais informaçcâo, demonstrando que os participantes com resultados mais satisfatórios foram os que reconheceram a necessidade de informacâo. Importa, entâo, transmitir informaçâo sobre os exames de rastreio àqueles que nada sabem e que, mesmo nâo procurando informacâo, necessitam dela.

Relativamente ao modelo 3, os individuos que receberam informaçcâo sobre o CCR através dos médicos ou enfermeiros tiveram melhores resultados, tendo respondido aproximadamente 3 vezes melhor a APUER do que os individuos sem nenhuma fonte de informaçcâo. Os resultados evidenciaram, novamente, a importáncia dos médicos e enfermeiros como fontes de informaçcâo sobre o CCR.

Finalmente, no modelo 4, os individuos com a recomendacçâo de, pelo menos, um exame de rastreio do CCR responderam 10 vezes melhor a APRER do que os sem nenhuma recomendacçâo. Estes resultados indicam que os individuos agiam de acordo com as recomendares médicas, ou seja, se lhes fosse prescrito algum exame, faziam, se nâo fosse, nâo faziam.

Podemos inferir que a grande percentagem de individuos que nâo realizou exames de rastreio (64,7%) deveu-se à nâo recomendacçâo médica e nâo a uma fraca adesâo da populacçâo.

Segundo os nossos resultados, podemos afirmar que os individuos estâo predispostos a fazer os exames de rastreio, mas nâo sâo autónomos nesta matéria. Para isso, é fundamental haver uma mobilizacçâo da populaçcâo para o rastreio, através da divulgaçcâo da temática CCR, da sensibilizaçcâo para o rastreio, da recomendacçâo do exame apropriado e da referenciacâo para instituées.

Parecem existir divergências entre o que o Ministério da Saúde preconiza e o que a classe médica faz efetivamente na prática. Seria fundamental que chegassem a um consenso, para que caminhássemos todos na mesma direçcâo, com o mesmo objetivo: combater o cancro que mais mata em Portugal.

O nosso estudo apresentou algumas limitacöes. Dado tratar-se de um estudo transversal, nâo permitiu o estabelecimento de uma relaçcâo causa-efeito entre as diferentes variáveis e o CCR. O facto de o questionário ter sido de preenchimento individual poderá ter levado a um maior número de questöes sem resposta (cerca de 16%)

Tabela 4 Regressao logística multivariada, indicando associacoes entre as variáveis independentes em estudo e as 4 variáveis

dependentes

Variáveis independentes OR IC P

Modelo 1 .Conhecimento dos 2 principáis fatores de risco modificáveis para o CCR (CFRM)

Idade 1,017 [1,00-1,04] 0,094

Escolaridade

Analfabeto + Ensino básico 1,0*

Ensino secundário 1,34 [0,77-2,34] 0,30

Ensino superior 1,59 [0,81-3,10] 0,18

Profissao

Nível baixo 1,0*

Nível elevado 1,25 [0,55-2,88] 0,60

Desempregado + Reformado 1,11 [0,65-1,89] 0,70

Historia pessoal de CCR

Nao tem/teve doenca 1,0*

Sim tem/teve doenca 1,56 [0,48-5,00] 0,46

Conhecimento da definicao de CCR

Nao + Nao respondeu 1,0*

Sim 2,41 [1,64-3,55] <0,001

Prática de Atividade Física

Nao + Nao respondeu 1,0*

Sim 1,27 [0,81-1,99] 0,30

Exame recomendado para rastreio (PSOF e/ou PSF e/ou colonoscopia)

Nao 1,0*

Sim 1,39 [0,91-2,11] 0,13

Modelo 2. Conhecimento de, pelo menos, um dos principais exames de rastreio do CCR (CER)

Idade 0,97 [0,94-0,99] 0,01

Escolaridade

Analfabeto + Ensino básico 1,0*

Ensino superior 2,68 [0,80-8,98] 0,11

Ensino secundário 2,90 [1,16-1,18] 0,021

Percecao do estado de saúde 0,97 [0,86-1,08] 0,53

Historia familiar de CCR

Nao 1,0*

Sim 1,43 [0,56-3,65] 0,45

Conhecimento da definicao de CCR

Nao + Nao respondeu 1,0*

Sim 3,01 [1,67-5,43] <0,001

Percecao do risco CCR 1,38 [1,22-1,56] <0,001

«O CCR pode ser prevenido»

Nao respondeu + Discordo + Incerto 1,0*

Concordo 1,86 [0,73-4,71] 0,19

«O CCR pode ser tratado»

Nao respondeu + Discordo + Incerto 1,0*

Concordo 4,05 [1,41-11,59] 0,009

Prática de atividade física

Nao + Nao respondeu 1,0*

Sim 2,04 [0,96-4,35] 0,064

Exame recomendado para rastreio (PSOF e/ou PSF e/ou colonoscopia)

Nao 1,0*

Sim 4,51 [2,01-10,11] <0,001

Fonte de informacao sobre o CCR

Nenhuma 1,0*

Comunicacao social 5,34 [2,75-10,41] <0,001

Outros 8,54 [2,28-31,98] 0,001

Médicos e enfermeiros 10,51 [3,52-31,36] <0,001

Tabela 4 (continuacâo )

Variáveis independentes OR IC P

Necessita de mais informacäo sobre o CCR

Nao + Nao respondeu 1,0*

Sim 2,89 [1,60-5,22] <0,001

Modelo 3. Atitude positiva em relagao a utilidade dos exames de rastreio do CCR (APUER)

Conhecimento da definiçâo de CCR

Nao respondeu 1,0*

Nao 1,01 [0,54-1,91] 0,97

Sim 1,77 [1,03-3,02] 0,038

«O CCR pode ser tratado»

Discordo + Nao respondeu + Incerto 1,0*

Concorda 2,11 [0,93-4,77] 0,073

Exame recomendado para rastreio (PSOF e/ou PSF e/ou colonoscopia)

Nao 1,0*

Sim 1,40 [0,77-2,51] 0,27

Fonte de informaçâo sobre o CCR

Nenhuma 1,0* [1,41-4,13] 0,001

Comunicacao social 2,42 [0,83-8,40] 0,099

Outros 2,65 [1,19-6,19] 0,018

Médicos e enfermeiros 2,71

Modelo 4. Atitude positiva em relaçâo à realizaçâo de exames de rastreio (APRER)

Mudanca de hábitos alimentares

Nao + Nao respondeu 1,0*

Sim 3,90 [1,15-13,26] 0,30

Exame recomendado para rastreio (PSOF e/ou PSF e/ou colonoscopia)

Nao 1,0*

Sim 10,03 [3,10-32,53] <0,001

e maior falta de veracidade na resposta ás mesmas. Por último, o número de perguntas sem resposta deixa-nos sem saber o motivo da nao resposta, o que poderia ser importante. Como vantagem, a nossa amostra foi representativa da populacao-alvo, permitindo a generalizacao dos resultados. Que seja do nosso conhecimento, nao há outros estudos a nível nacional para além do nosso que tenham estudado conhecimentos e atitudes sobre o CCR e o seu rastreio de uma regiao específica portuguesa. Poderia ser interessante a aposta na investigacao em diferentes áreas metropolitanas do país, nomeadamente nas regioes Centro e Sul.

Conflito de interesses

Os autores declaram nao haver conflito de interesses. Bibliografía

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